Via Opera Mundi -
Cameron não fez nada ‘para promover o emprego seguro,
defender a indústria ou deter a expansão dos salários baixos’, ressaltou Jeremy
Corbyn.
Após o premiê britânico David Cameron ter anunciado,
neste sábado (20/02), que o referendo para decidir se o Reino Unido deve ou não
permanecer na UE (União Europeia) será realizado em 23 de junho, o líder do
partido trabalhista Jeremy Corbyn classificou o acordo firmado entre o
primeiro-ministro e a UE como “irrelevante”.
Para
Corbyn, as “prioridades” de Cameron foram “apaziguar seus oponentes do Partido
Conservador”, que defendem o chamado Brexit, mas não fez nada “para promover o
emprego seguro, defender a indústria ou deter a expansão dos salários baixos”,
ressaltou em um comunicado.
Mesmo crítico à condução do premiê, o líder trabalhista
ressaltou que “fará campanha no próximo referendo para que o Reino Unido siga
na Europa”.
“Apesar
de toda fanfarronice, o acordo que David Cameron fechou com Bruxelas sobre a
relação com a União Europeia é um acontecimento secundário e as mudanças que
negociou são em grande medida irrelevantes para os problemas da maioria dos
britânicos”, ressaltou.
Corbyn destacou ainda que o acordo é “uma oportunidade
perdida de realizar as mudanças que realmente precisamos”.
Acordo
O
acordo prevê que Londres possa ativar por sete anos o chamado "freio de
emergência" no acesso ao seu sistema de bem-estar social por parte de
imigrantes que entrarem no país para trabalhar. Atualmente, o usufruto dos
benefícios é gradual em um período de quatro anos. O primeiro-ministro
britânico, David Cameron, pedia que o "freio" fosse de sete anos,
renovável por dois períodos de três anos cada.
Além disso, o país conseguiu que, nas próximas revisões
dos tratados europeus, seja inserido um parágrafo no qual estará escrito
explicitamente que ele está excluído do conceito de "União cada vez mais
estreita", o princípio fundador da comunidade europeia.
O
limite à integração política dentro do bloco e o controle do acesso à rede de
bem-estar social britânica eram as duas principais exigências de Cameron para
continuar na UE.
O
pacto só entrará em vigor se a permanência no bloco for aprovada no referendo
de junho.
*Com informações da Agência Ansa.