Por LÚCIO FLÁVIO PINTO - Via blog do autor -
“É uma
temeridade quebrar os sigilos bancários de pessoas que têm reputação ilibada.
Não existe nada que desabone a sua conduta. Eles são grandes empresários
nacionais”.
Foi com esse
entendimento que cinco dos sete senadores (do PT, PMDB, PSDB, DEM, PP, PR e
PSD) da CPI criada no Senado para apurar o escândalo envolvendo o HSBC jogaram
no lixo a decisão do Supremo Tribunal Federal e voltaram atrás na decisão
anterior, de quebrar o sigilo bancário de sete empresários postos acima de
qualquer suspeita e fora do alcance das instituições públicas.
Jacob
Barata, Jacob Barata Filho, David Ferreira Barata, Rosane Ferreira Barata (que
são os reis dos ônibus no Rio de Janeiro e donos de frotas em Belém), Jack
Rabinovick (do grupo Vicunha), Paula Queirós Frota (do grupo Edson Queiroz) e
Benjamin Steinbruch e família (da privatizada Companhia Siderúrgica Nacional,
CSN), mais de 8 mil brasileiros, deveriam ser investigados pela CPI.
Eles são
acusados de manterem contas secretas no exterior, que não foram declaradas à
Receita Federal nos anos de 2006/2007 (e por isso não pagaram os impostos
devidos), com valores superiores a 7 bilhões de dólares. A comprovação dos
fatos, revelados por vazamento de informações feitas nos arquivos do banco, os
enquadraria nos crimes de evasão de divisas e sonegação fiscal, além de lavagem
de dinheiro.
O STF
autorizou a quebra do sigilo bancário de todos esses criminosos em potenciais.
A CPI do Senado aprovou a medida. Mas logo em seguida voltou atrás. Pensando no
interesse da nação? O absurdo vai ficar por isso mesmo? O caso já foi
esquecido, como o escândalo da CC5, que incrementou as remessas ilegais de
dinheiro para fora do Brasil?



