Via Opera Mundi -
O anúncio presidencial acontece após a publicação de uma pesquisa de opinião, onde sua aprovação se mantém em um baixo nível.
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| Bachelet com ministros: anúncio acontece após publicação de pesquisa que mostra que sua aprovação se mantém baixa. |
Na noite de quarta-feira (6/5), a presidente do Chile, Michelle
Bachelet, pegou o país inteiro de surpresa, ao anunciar que pediu a
renúncia de todos os seus ministros. A mandatária afirmou que estudará
caso por caso nas próximas 72 horas, e logo anunciará quais ministros
serão mantidos, quais serão substituídos e quem serão os novos membros
da equipe.
As declarações foram feitas durante uma entrevista para ao vivo para Canal 13 de
televisão, Bachelet disse que os ministros também foram informados da
decisão durante a noite, hora antes da entrevista. Segundo ela, “essa
era uma decisão tomada desde o final de março, mas as enchentes em
Atacama e as erupções vulcânicas no Sul, me fizeram esperar um momento
mais oportuno, e penso que esse momento chegou”.
Imediatamente, algumas especulações surgiram nos meios de imprensa
chilenos. A mais esperada é no Ministério do Interior, devido às
recentes denúncias de suspeita de corrupção envolvendo o titular da
carteira, Rodrigo Peñailillo. Considerado o braço direito de Bachelet
desde o seu primeiro mandato, entre 2006 e 2010, Peñailillo é acusado de
emitir faturas suspeitas para empresas durante os anos de 2012 e 2013.
Outros nomes que soam entre as especulações são os das pastas ligadas as
reformas impulsadas pelo governo, o que coloca em risco o cargo de
Nicolás Eyzaguirre (Educação), Javiera Blanco (Trabalho) e Ximena Rincón
(Secretaria Geral da Presidência, a qual foi designado o projeto da
Reforma Constitucional). Apesar da notícia, a presidente chilena disse
esperar que os ministros “continuem trabalhando com força nestes
próximos dias”, enquanto ela decide quem ficará e quem perderá o cargo.
O anúncio presidencial acontece após a publicação de uma pesquisa de
opinião, onde sua aprovação se mantém em um baixo nível (31%, sem
variação com o mês anterior), mas a desaprovação aumentou três pontos,
chegando a 64%. Contudo, Bachelet assegurou que sua decisão não foi
influenciada pelas pesquisas, ao mesmo tempo em que garantiu que “os
novos componentes do ministério deverão estar comprometidos com as
reformas que prometemos. Estamos iniciando um novo ciclo, mas não com
uma nova agenda”.



