Por GILBERTO CARVALHO - Via CC -
É festa da oposição, é ódio cultivado, realimentado dia a dia em um
“milenium” de colunas, artigos, sempre a prever o fim apocalíptico de um
projeto. Eles venceram? Vencerão?
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"É preciso coragem para reconhecer os erros", diz o ex-secretário-geral da República. |
De repente, os ventos mudaram, as águas se
agitaram, velas se romperam e o barco parece sem controle... muitas
previsões de naufrágio. Sentimos a barra, clamamos por um comando
milagroso, mas nuvens carregadas não permitem que se vislumbre nenhum
sinal do sol.
Não é a primeira vez, nem a primeira
tempestade, tampouco os marujos são inexperientes. Ao contrário. A vida
os calejou impiedosamente, desde os primeiros movimentos. Agora, a
conjunção de fatos parece insuperável: crise econômica com sabor amargo
de inflação no cotidiano dos cidadãos e medo de desemprego, crise da
falta de água e reiterada e cotidiana profecia de crise de energia,
crise política no Parlamento, onde, como diria Zé Múcio, bezerro não
reconhece vaca, crise na Petrobras, com suas calculadas gotas diárias de
novidades delatadas, tomadas como verdades comprovadas, num martelar
poderoso e insistente para pregar a imagem de um partido e um governo
irremediavelmente na podridão da corrupção.
É festa da oposição, é ódio cultivado,
realimentado dia a dia em um “milenium” de colunas, drops radiofônicos,
artigos, sempre a prever o fim apocalíptico de um projeto. Eles
venceram? Vencerão?
Não. Ainda não. E não vencerão se
tivermos a coragem do combate, da luta dura que marcou nossas vidas. Se
tivermos a competência e a criatividade para demonstrar o que realmente
está em jogo. Se usarmos todos os meios de que dispomos para mostrar ao
povo a verdade por inteiro.
Para tanto, é essencial a coragem, simples e
honesta, de reconhecer nossos erros, e de corrigirmos com energia nossa
rota. De enfrentar nossos próprios demônios, como diria Luiz Gushiken, e
tomar a iniciativa das mudanças necessárias.
Há um norte claro a nos guiar, o projeto
que mudou a cara do País e produziu a maior mobilidade social vivida
nestas plagas. Crescer com distribuição, cuidar dos excluídos, combater a
desigualdade é nosso objetivo e destino. Mantenhamos o orgulho dessa
conquista e sigamos nesse caminho. Pois falta muito para realizar o
sonho que nos mobilizou na juventude.
* Foi secretário-geral da Presidência. Preside o conselho do Sesi.