10.9.14

Seleção ganha outra vez com bola parada

Por JUCA KFOURI - Via UOL Esporte - 

Vi o jogo num hotel em Curitiba.

No intervalo desci para tomar um café.

Havia oito pessoas no bar, todas do sexo masculino.

A TV ligada estava na Globonews, o garção convidou-me a sentar numa das mesas, agradeci mas recusei ao dizer a ele que tinha pressa de voltar ao quarto para ver a Seleção Brasileira.

“Ah, é mesmo. E quanto está o jogo?”, perguntou.

“Tá 1 a 0, gol do Willian, mas está dando sono”, respondi.

Ao voltar para o segundo tempo, a boa notícia: Everton Ribeiro e Ricardo Goulart entraram nos lugares de Oscar e Willian, protagonistas do único gol em jogada ensaiada com Neymar na cobrança de uma falta.

Antes, o capitão Neymar havia perdido um gol e o Equador se contentava em fazer papel de coadjuvante.
Nem bem o jogo recomeçou e Neymar, embaixo do travessão, mandou a bola nele.

Verdade que o gramado do estádio em Nova Jersey não era digno de receber um jogo internacional, coisa com a qual a CBF não se preocupa, desde que a grana esteja no cofre.

Seja como for, a entrada dos dois cruzeirenses mudou a dinâmica do jogo, muito mais veloz.

Não era efeito do café. O jogo é que acordou mesmo.

E ficou lá e cá.

Aos 15 minutos, por exemplo, Jefferson e Filipe Luís evitaram o empate, primeiramente com uma defesa sensacional e depois com o lateral complementando a intervenção em cima da linha fatal.

Em seguida, Dunga tirou Tardelli e pôs Phillippe Coutinho, além de Elias no lugar de Ramires.

Joao Rojas, do Cruz Azul mexicano, infernizava o setor esquerdo da defesa brasileira.

O jogo tinha uma velocidade impressionante, ainda mais se considerarmos o gramado mais afeito a travar do que a desenvolver as ações.

Fernandinho entrou no lugar de Luiz Gustavo.

O juiz ajudava porque deixava o amistoso, já com cara de competição a valer, correr solto.

Como contra a Colômbia, a Seleção ganhou de 1 a 0, fruto de uma bola parada.

Neymar fez no primeiro jogo e deu o passe para o gol no segundo.

Nota do jogo?

Cinco para o primeiro tempo, sete para o segundo, média 6.

Mas o café estava ótimo.