Via Repórter Brasil -
Levantamento da Repórter Brasil mostra que 85% dos parlamentares que votaram a PEC em 2012 são candidatos nas eleições deste ano. Relembre como cada um se posicionou |
Em 2012 a Câmara dos Deputados aprovou a
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Trabalho Escravo, que
determina o confisco de propriedades em que for flagrado trabalho
escravo e seu encaminhamento para reforma agrária ou uso social. A
matéria sofria forte resistência da Frente Parlamentar da Agropecuária (a
chamada “bancada ruralista”), que chegou a tentar esvaziar o plenário
para evitar o quórum necessário e derrotar a medida. Sob pressão, a
votação em segundo turno ocorrida em 2012 veio oito anos depois daprimeira votação na casa.
A
proposta, então, foi remetida ao Senado, onde os ruralistas mudaram de
estratégia e permitiram, em maio deste ano, que a PEC do Trabalho
Escravo fosse aprovada sem
nenhum voto contrário. Em contrapartida, tentam agora descaracterizar a
emenda através de sua regulamentação e exigem o abrandamento da
definição de trabalho escravo na legislação.
O levantamento que a Repórter Brasil traz
e a votação estudada refletem essa disputa. Todos os partidos à época
orientaram suas bancadas pela aprovação da proposta, mas, dos 512
deputados federais em exercício quando a emenda do trabalho escravo foi
aprovada, 151 (cerca de 30%) se ausentaram, se abstiveram ou votaram
contra a aprovação ou pela obstrução da medida. Os dados mostram ainda
que 85% desses parlamentares disputam algum cargo eletivo, sendo 373
deles (ou 73% do total) pela reeleição.
O infográfico é resultado do cruzamento de dados públicos disponibilizados pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), pela Câmara dos Deputados e pelo Tribunal Superior Eleitoral. Os partidos indicados são aqueles a que os políticos pertenciam no momento da votação, em maio de 2012.