Por JON QUEALLY - Via Carta Maior -
Protestos
em mais de 100 cidades demandam melhorias salariais e direito à
sindicalização dos trabalhadores de redes como o McDonalds e o Burger
King.
Na ultima terça-feira, centenas de trabalhadoras e trabalhadores do ramo do
fast-food foram presos em várias cidades dos EUA ao saírem às ruas para
protestar em favor de um salário mínimo de 15 dólares por hora, o
direito de se sindicalizarem e melhores condições de trabalho.
Naquilo
que foi a maior ação coordenada pelo movimento de trabalhadores de
baixos-salários, que vem se fortalecendo nos últimos anos, quase 500
pessoas que participaram dos atos de desobediência civil foram presas em
frente a lojas das maiores redes de fast-food como o McDonald’s, o
Burger King, Taco Bell, KFC, e outras.
O New Yor Times relatou:
Organizadores
declararam que cerca de 500 manifestantes foram presos em 30 cidades,
incluindo Chicago, Detroit, Las Vegas e Nova Iorque, e os atos de
desobediência civil ocorreram em cerca de 150 cidades dos EUA.
Os
manifestantes carregavam placas dizendo “os baixos salários não são
normais,” “Em greve para melhorar a situação de minha família,” “O que
for necessário por 15 dólares e o direito à sindicalização.” Eles também
querem que o McDonald’s e outras redes de fast-food concordem em não
lutar contra a sindicalização.
No Guardian, o colunista de
economia Heidi Moore sugeriu que o crescimento não é apenas do movimento
dos trabalhadores do fast-food, mas dos trabalhadores em geral:
Do
primeiro protesto em Seattle a favor dos 15 dólares por hora, em maio
de 2013, até os protestos nacionais desta terça-feira, o movimento
trabalhista tem dado provas de que está pronto para ressurgir.
“Os
próprios sindicatos têm reconhecido que o velho sistema está quebrado e
que eles precisam se reorganizar e tentar novas estratégias, e é
exatamente isso que a greve dos trabalhadores de fast food representa,”
declarou o professor Ruth Milkman, da Universidade de Nova York.
As
greves dos dias de hoje são diferentes das anteriores, elas mostram uma
vontade de inovação, declarou Milkman. A desobediência civil que se
espalhou é um dos aspectos que têm sido mencionados. Outra inovação: a
aderência dos trabalhadores da saúde, que são um seor que os grandes
sindicatos tentaram sindicalizar, mas que não receberam tanta atenção
quanto os trabalhadores do fast-food. Para os sindicatos, juntar estas
duas indústrias é uma maneira de aumentar a sindicalização.
O Huffington Post acrescentou:
As
greves massivas — que tendem a atrair a cobertura midiática — ajudaram
os legisladores progressistas a conseguir aprovar projetos de aumento
dos salários mínimos em alguns estados nos últimos meses, incluindo o
piso de 15 dólares que entrará em vigor em Seattle. Até mesmo o
presidente Obama apoiou as manifestações, mostrando que o Congresso
precisa aumentar o salário mínimo nacional, que não obteve nenhum
aumento desde 2009. O salário atual é de 7,25 dólares por hora, metade
do que os manifestantes demandam.
“Se eu estivesse procurando um
emprego que me permitisse dar segurança à minha família, eu me
sindicalizaria.” Foi o que Obama declarou em seu discurso no Dia do
Trabalho. “Se eu estivesse me acabando de trabalhar na indústria e
quisesse um pagamento honesto de meu dia de trabalho, eu me
sindicalizaria.”
Enquanto as companhias de fast-food têm
permanecido em silêncio, críticos da campanha que simpatizam com o setor
tentaram dispersar os protestos. O sindicato investiu milhões de
dólares em campanha para sindicalizar um setor que tradicionalmente não
possui sindicatos.