CARLOS CHAGAS -
Na
semana que termina hoje, Marina confirmou estratégia já adotada na
anterior: não levar desaforo para casa, ou seja, rebater todas as farpas
lançadas pelos seus adversários. Pode estar cometendo um erro, porque
se Dilma e Aécio não perdem um dia sem criticá-la, é porque estão
desesperados com a perspectiva da derrota. Já ela, Marina, como
favorita, nenhum motivo tinha para fazer o jogo dos oponentes. Caiu na
armadilha deles. Coincidência ou não, deixou de crescer nas últimas
pesquisas, ainda que conserve números capazes de assegurar-lhe a
vitória. Só que por enquanto, ignorando-se a evolução das consultas
populares nas próximas semanas.
Claro
que acusações à sua integridade pessoal precisavam e precisam ser
respondidas, mas simples provocações, nem tanto. Apenas ensejam a troca
de agressões num embate onde a candidata do PSB parece a maior
prejudicada.
Enquanto
isso, todos perdem tempo. Deixam de levar ao eleitorado propostas
básicas que poderiam diferenciá-los e serviriam para aumentar seus
votos. Que interesse tem para o eleitor saber que Marina pronunciou
palestrar ao longo dos últimos quatro anos, recebendo por elas, no
total, um milhão e seiscentos mil reais? Ou que seu programa de governo
coincide em certos aspectos com iniciativas tomadas pelo então
presidente Fernando Henrique? Contraditar as alegações de que lhe falta
experiência administrativa? Ou que seu partido jamais formará maioria no
Congresso? Como, também, que prejudicará os bancos públicos deslocando a
política de crédito para as instituições privadas? Para essas e outras
acusações melhor seria que Marina anunciasse planos para retomar o
desenvolvimento ou para proteger a floresta amazônica sem atrasar o
progresso da região.
De
qualquer forma, adiantam pouco ou nada essas considerações, porque a
candidata mergulhou nas tertúlias inócuas. Esqueceu-se de que despontou
meteoricamente na corrida presidencial sem precisar defender-se.
Apresentar projetos de governo e particularizar soluções para crises
graves na economia obteria muito melhores resultados do que ficar como
dona Mariquinhas e dona Maricota, lá no subúrbio, ofendendo-se diante da
cerca que divide seus jardins porque a goiabeira de uma dá mais frutos
do que o cajueiro da outra.
QUEM MORRERÁ PELA PÁTRIA?
É do
general George Patton, herói da Segunda Guerra Mundial, o comentário de
que bom soldado não é o que morre pela pátria, mas o que faz o inimigo
morrer pela dele.
O PT
não está desenvolvendo os esforços que deveria para manter maioria na
Câmara dos Deputados. Envolvidos na campanha presidencial, os
companheiros descuidam-se das eleições para o Congresso. No final, nem
uma coisa nem outra…