HELIO FERNANDES -
Na terça
feira, desperdiçando o tempo “precioso” da televisão, Dona Dilma garante:
“Governo novo, equipe nova. Governarei com outra equipe”. Nada surpreendente ou
exótico. Mesmo em governos bons, existem modificações. Nada é estático.
Ainda mais
num governo que é um fracasso puro e continuado, ninguém esperava que esses 39
ministros fossem intocados e insubstituíveis. Depois da declaração de mudança
em conjunto, horas depois, Dona Dilma volta a falar em “mudanças” de Ministros,
mas dá apenas um nome.
Afirma
textualmente: “No meu próximo governo, depois de reeleita, Mantega não será
mais Ministro da Fazenda”. O lado mais vulnerável, do seu governo, um desastre
com ares de tragédia grega, é a economia. Por que então deixam o ministério
vazio nos últimos meses do primeiro mandato, anunciando mudanças para o
segundo, ameaçado de não existir?
Além do mais
desconsideração e falta de educação com um companheiro, que vem desse primeiro
mandato de Lula. Foi Ministro do Planejamento do ex-presidente. Vagou a
presidência do BNDES, Lula levou Mantega para lá, ninguém liga para
Planejamento.
Com as
irregularidades sempre repetidas do Ministro da Fazenda Pallocci, teve que ser
demitido. Quem foi nomeado para o cargo importantíssimo? Mantega. Agora o único avisado publicamente que não é
mais ministro. E dona Dilma ainda acredita que será reeleita.
A
premeditada, assombrosa, revoltante e inexplicável doação dos bens da
presidente da Petrobrás, estremeceu até os alicerces do prédio da empresa.
Vergonhoso, mas antes dessa palavra é preciso rotular o fato como criminoso. E
apenas para ela e para o ex-diretor Cerveró.
Dona Graça, Cerveró, Dilma, e o
ministro Eduardo Jorge
O TCU estava
pronto para bloquear os bens de Dona Graça; Eduardo Jorge, o controverso e
contraditório Ministro do Tribunal de Contas, determinou o bloqueio dos bens,
(muitos, não?) da presidente. Ela soube fez doação dos bens, grave e irregular.
Eduardo
Jorge, quando soube, disse publicamente: “Esse fato é ainda mais grave”. Quando
se esperava que tomasse medidas drásticas, anulou o bloqueio. Isso é
cumplicidade. Já teria livrado Dona Dilma, ainda mais grave.
A solução: demissão geral
Antes que
entregasse a Dona Dilma e a Dona Graça, o Prêmio Nobel da Corrupção do
Petróleo, é preciso fazer uma limpeza geral na empresa. Sem esquecer o
ex-presidente Lula, e o ministro do TCU, Eduardo Jorge. Este já deve estará
perto da “expulsoria”, mas ainda há tempo. Mistério sobre corrupção colossal na
Petrobrás. Nem a situação nem a oposição tocam no assunto.
A Petrobras e a campanha
presidenciável
A maior
empresa brasileira, a mais poderosa de todas, vem sendo atacada por muitos
lados e modos.
Falsificaram
e fraudaram até as perguntas que os corruptos de Pasadena teriam que responder.
E alem de
tudo, Dona Dilma foi tirada á força da lista dos que teriam que depor. Nenhum
presidente pode ser intocado e inocentado por causa do cargo que ocupa. No
escândalo-corrupção Pasadena, Dona Dilma acumulava a chefia da Casa Civil com a
presidência do Conselho da Petrobrás. Mais responsável e irresponsável, do que
ela, impossível.
Dilma na televisão
Os marqueteiros de Dilma estão assustados (leia-se, apavorados) com o
tempo de televisão da presidente. Já se aproxima dos 12 minutos, continua
brigando por causa de 40 segundos de um partido, mais 40 de outro.
Não deviam ficar satisfeitos, quando todos avaliam que o tempo de
televisão é fundamental para a campanha? Deviam, mas não em se tratando de Dona
Dilma.
Ela é cansativa, repetitiva, medíocre, monótona e monocordica, tudo o
que afasta o público. Além do mais, sua falta de carisma é lendária. Salvação:
os adversários são piores ainda.
Campanha oficial
É irrefutável: Dona Dilma vem fazendo campanha para a reeleição, há
muito tempo. E no dia 1º de maio, exagerou ou exorbitou. Sobre isso nenhuma
duvida.
Mas existe outra questão também irrefutável: com a reeleição, é
impossível o presidente não fazer ou não estar em campanha.
O presidente seja de que partido for, vá onde quiser, estará levando a
maquina oficial. E disputando nova candidatura, estará sempre em campanha.
Aécio e a reeleição
Nas mais diversas oportunidades, afirma: “Vou acabar com a reeleição”.
Isso para não “descontentar” Aécio. Dois fatos ficam pendentes. 1 – Não tem a
menor chance de ser eleito. 2 – Mesmo se fosse eleito, poderia “mudar” o
discurso, o povo exige minha reeleição. 3 – Nesse capítulo, rigorosamente
verdadeiro, só o que afirma Dona Marina: “Vou acabar com a reeleição”. Quase
certo que aumente o mandato para cinco anos, o que defende há anos.
PS- Dona Marina é bem capaz de aumentar o mandato do presidente, mas a
“partir” do próximo eleito. Não se aproveitaria de uma decisão igual a FHC, que
comprou a reeleição, rasgou a Constituição, ficou mais quatro anos no cargo.
PS2- E na pressa de se aproveitar, deixou a Constituição violada,
estuprada, caótica, contraditória. Vejam o que aconteceu: com a modificação, o
presidente passou a poder tentar a reeleição, sem sair do cargo.
PS3- Mas qualquer que seja o motivo, o presidente quiser disputar outro
cargo (vereador, deputado estadual, federal, senador) terá que se
desincompatibilizar.
PS4- Só mesmo na cabeça de FHC. Agora, Aécio tentou ressuscitar o
ex-presidente, a presença dele ao seu lado, fator de descrédito. Serra e
Alckmin, quando presidenciáveis, não chamaram nem citaram FHC.