Via Cinco -
A “Copa das Manifestações” vai começar! No Rio de
Janeiro, o primeiro ato "Nossa Copa é na Rua" vai acontecer no dia 12 de
junho (data do primeiro jogo do mundial de futebol). A concentração
terá início, às 10h, na Candelária. A passeata começará às 12h, seguindo
em direção ao bairro da Lapa.
No dia 30 de outubro de 2007, o Brasil foi escolhido
pela FIFA para ser a sede da Copa do Mundo de 2014. Em todas as regiões
do país a população festejou e acreditou na promessa do governo de que a
realização do torneio seria responsável por trazer um enorme legado,
com obras de mobilidade e melhorias na infraestrutura local. Passados
2416 dias, no dia 12 de junho, a Copa vai começar com apenas 40% das
obras prometidas entregues. Até o Itaquerão, estádio do primeiro jogo,
só terá 100% das obras concluídas após o mundial.
Além do atraso na entrega das obras, parte delas foi
conduzida de forma perversa e nociva para milhares de famílias. Só no
Rio de Janeiro, mais de 3 mil famílias foram removidas para as obras dos
corredores expressos e do Porto Maravilha. Em muitos casos, as remoções
ocorreram com truculência policial e o pagamento de indenizações muito
abaixo do valor real dos imóveis.
Somado isso, a população acompanhou um inaceitável
encarecimento do valor das obras, seguido de denúncias de
superfaturamento. No início das obras, em setembro de 2010, a reforma do
Maracanã foi estimada em R$ 705 milhões. Em março deste ano, o governo
do estado do Rio divulgou um gasto de R$ 1,346 bilhões com a reforma do
estádio. Um relatório do Tribunal de Contas do Distrito Federal aponta
um superfaturamento de R$ 431 milhões nas obras do Estádio Nacional de
Brasília, que consumiu 1,9 bilhão.
Tudo isso se refletiu em um crescente
descontentamento da população com a realização do mundial. Tal
desconforto está expresso na pesquisa divulgada pelo IBOPE na última
segunda-feira (02). Ela indica uma sociedade dividida: 51% dos
brasileiros são favoráveis à realização da Copa do Mundo no país e 42%
são contrários. Em fevereiro, 58% dos entrevistados eram a favor do
Mundial no Brasil e 38%, contra. Existe grande frustração de parte da população com a
organização da Copa, sendo assim foram programadas manifestações e protestos para o período do
torneio de futebol.
A manifestação "Nossa Copa é na Rua" pretende
dialogar com a população sobre o legado negativo deixado pela realização
do evento esportivo, exigindo:
1 – segurança pública sem criminalização da pobreza nem dos movimentos sociais;
2 – direitos sociais: saúde, educação, moradia e mobilidade;
3 – comunicação popular, direito à comunicação e fim do oligopólio da mídia;
4 – combate à elitização dos esportes e à privatização do Maracanã;
5 – fim das opressões: contra mulheres, LGBTs, negras e negros;
6 – direito à cidade e à terra: reforma urbana e reforma agrária;
7 – fim das remoções;
8 – garantia dos direitos de trabalhadoras e trabalhadores em luta.
Participe também das panfletagens de divulgação do ato:
Sexta-feira (06)
Cinelândia: de 16h às 19h
Segunda-feira (09)
Central do Brasil: de 17h às 19h
Quarta-feira (11)
Praça XV: de 17h às 19h
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