HELIO
FERNANDES –
A revolta contra esse tipo de perseguição tem que ser a
maior possível, contra jogadores, torcedores e dirigentes de clubes. Não
adianta pedir desculpas, dizer, “estamos envergonhados”. Não há desculpas
possíveis. A punição tem que ser duríssima, começando pelo clube, que deve ser
eliminado, ou no mínimo, vá lá, suspenso por um ou dois anos de disputar
qualquer competição.
Expulsando o clube, automaticamente está punido o
torcedor, deixando longe o chamado “dirigente”, que na verdade é o culpado
principal. De 1860 até 1865, quando foi assassinado precisamente, quando
liderou a campanha contra a discriminação, o racismo e o preconceito, Abraham Lincoln
pensou que estava plantando uma árvore numa floresta fascinante.
154 anos depois Lincoln continua um herói do combate à
pior de todas as discriminações. Mas a árvore que plantou com o sacrifício da
própria vida, continua uma plantinha, agredida, sacrificada, descolorida pela
falta de sensibilidade. E o mais revoltante é que esse crime de lesa
humanidade, foi praticado num pais de alta miscigenação, o Peru.
A
seleção peruana e o técnico Didi
A melhor seleção do Peru, foi a que disputou a Copa de
1970. Quase todos os jogadores negros. E o técnico? O brasileiro Didi, grande
jogador, dos maiores. E fora de campo, que figura, que personalidade. A hora é
agora, não podemos esperar. Como eu disse, expulsando o clube, estaremos
expulsando jogadores e cartolas.
Dona
Dilma assustada
Já não se vê mais como vencedora no primeiro turno, não
tem dúvida, irá para o segundo. Será reeleita? Já não está tão confiante, o “volta
Lula” só não se transforma em realidade por que passou muito tempo. Está bem,
vai para o segundo turno, quem prefere como adversário? Nem ela sabe.
Dona Dilma está perplexa. Não consegue compor governo
nem comprar ministros. De recusa em recusa, chegou ao imponderável: nomeou um
Ministro do Desenvolvimento, “INTERINO POR 1 ANO”. Inédito e sem explicação. É o
medo do futuro ou a falta de credibilidade do presente?
Lula
e Azeredo
Todos os Procuradores da República que denunciaram réus
do mensalão, não fixaram penas. Nem mesmo Roberto Gurgel, que ficou quatro anos
e foi o mais intransigente. Fez a denúncia, mas deixou as penas ao critério do
relator e do próprio plenário.
Agora, Rodrigo Janot denuncia o ex-governador Azeredo,
mas antes de mais nada pede “a condenação por 22 anos”. É mais do que visível
que existem muitas semelhanças entre o mensalão de Lula e o do PSDB. Já disse
muitas vezes, não há como desmentir: “O então presidente Lula não poderia ter
ficado de fora”. Nem o Ministro que distribuía a publicidade. Agora morto.
Lula
não atirou num ministro específico
Apesar de beneficiado pelo Supremo, o ex-presidente
falou duramente contra o Supremo, mas sem indicar nomes. Jornalistas procuram
identificar o alvo ou os alvos de Lula, mas erram sempre.
Ele não quer atingir este ou aquele ministro. É partidário
da ideia de que os ministros, nomeados pelo presidente, são sempre caudatários
dele. E o senado, que ratifica todas as indicações presidenciais?
FHC
devia ficar em silêncio
Romário sobre Pelé: “Calado, ele é um poeta”. O ex-presidente
poderia apropriar para si mesmo, essa revelação do jogador. Do ex-presidente: “É
preciso acabar com o mito da invencibilidade do governo”. No PSDB, todos riram
dele.
No PSDB é o único que não podia dizer isso. Estava no
poder reeleito pela compra à vista, foi derrotado. E olha que seu candidato,
Serra, tinha sido Ministro de várias pastas, governador, senador. Foi derrotado
pelo próprio FHC.
Garotinho
corrige a frase
Como lhe avisaram que haviam dito que ele era o melhor
adversário para ser enfrentado no segundo turno, respondeu na hora: “Ninguém
vai me enfrentar no segundo turno, ganharei no primeiro”. São muitos
candidatos, deve haver segundo turno.
Mas o ex-governador é fortíssimo. Em 2002 não quis ser
reeleito, foi candidato a presidente.
Teve 15 milhões de votos. Disputando pelo Partido
Socialista. O mesmo de Eduardo Campos, também governador. Só que o de Pernambuco
ainda não chegou à metade do caminho.
“Fórmula
do sucesso”
Conforme revelei e não existe a menor dúvida, Henrique
Meirelles foi convidado por Dona Dilma para Ministro da Fazenda a partir de
2015. Não há nem a suposta restrição, “se eu for reeleita”, pois ela a cada dia
se considera ou se julga vencedora certa.
E tenho escrito, que Meirelles, depois do convite,
passou a “escrever e a falar” desde já, como ministro.
E anteontem, identificou seu artigo como um projeto ou
um planejamento de governo, colocando como título, “fórmula de sucesso”. Pode
até ser no plano pessoal, mas cada vez mais distante do nacional ou da independência.
A
ponte Rio-Niterói
Estava planejada há muito tempo antes do golpe. Da
mesma forma que a mudança da capital não surgiu da cabeça de Juscelino. Agora,
aos 40 anos, é chamada de obra “faraônica”, no sentido da desnecessidade. Foi “faraônica”
pelo custo, pelo salto da corrupção, pelos juros astronômicos pagos a “emprestadores”
ingleses.
Juro
do Guandu, 1.5/8, da Ponte, 12 por cento
Escrevi dezenas de artigos sobre essa construção. Não
por causa dela, uma necessidade, mas pelo enriquecimento de um grupo, civis e
militares. Todos os artigos tinham um título geral e igual: “A Ponte de ouro
sobre o mar de lama”. Houve até divisões entre os ditadores, cabeças não
rolaram pelo fato das denúncias partirem deste repórter.
Alguns, sem visão, consideravam que a ponte seria
inútil. Muito antes dos 40 anos de hoje, a ponte já estava completamente
engarrafada. Quase a ponte fica apenas na imaginação, ouve até o medo de um
golpe dentro do golpe. Mas isso tem ocorrido desde a “implantação” da
República, o primeiro golpe militar da nossa história.
Ponte
Rubens Paiva
Já escrevi muito sobre ditadores consagrados com nomes
de logradouros. Já critiquei até a arrogância da Fundação Getúlio Vargas, com o
nome do ditador mais longo da nossa História. E tão cruel quanto os outros..
Agora a Ponte teria que deixar de ser Costa e Silva,
poderia muito bem se identificar como Rubens Paiva. Pelo menos 150 mil pessoas,
na ida e na volta, se lembrariam do bravo cidadão, assassinado pela ditadura.
Censura
total, menos para denúncias sobre a Ponte
A perplexidade com as minhas matérias atingiu a todos.
Eu defendia a ponte que já estava planejada há mais de 100 anos, mas não a
corrupção estratosférica. O enriquecimento foi geral. E como muitos generais
não eram nem torturadores nem corruptos, (como acontecia com a maioria) houve
uma verdadeira revolta.
Minha
posição de isenção, foi reconhecida e reiterada
Quando os censores brutais, que destruíam tudo,
receberam “ordem de cima”, assustados, perguntaram logo: ”Fica livre o que o
jornalista escreveu sobre a Ponte Rio-Niterói ou tudo que escrever?”. Chamados
de idiotas, abaixaram a cabeça, ficavam brandos com as críticas às obras da
Ponte.
Nem me lembro durante quanto tempo critiquei esse
arcabouço, comparando-o com a obra do Guandu. Na época a falta d’água atingia
mais de seis milhões de pessoas, no Estado do Rio e no Estado da Guanabara. A
Rio-Niterói era importante, hoje passam diariamente por ela, 150 mil pessoas na
ida e na volta. Mas a água que não existia para ninguém, hoje serve a 12
milhões de pessoas.
Meu
título era certeiro, a favor da Ponte, contra a corrupção
Dizendo que ela era “de ouro”, estava elogiando.
Concluindo que vinha sendo construída “sobre um mar de lama”, não deixava
dúvidas sobre a corrupção que enriquecia tantos. Levou muito mais tempo do que
o previsto, quanto mais tempo levasse, mais dinheiro da corrupção engordavam as
contas misteriosas dos que dominavam.
Dona
Dilma, apenas “sortista”
O jornalista Ilimar Franco, revelou que foi feita uma
pesquisa, que concluiu, “Dona Dilma não é carismática”. Tem gente gastando
dinheiro atôa, desnecessariamente. Basta olhar para ela, e surge logo a
pergunta sem resposta: “Como é que ela conseguiu chegar a presidente?”. Nem era
do PT.
A “inveja”
do PSDB
O deputado João Campos, desse partido, apresentou
projeto com a seguinte base: ”Condenados do mensalão ficam proibidos de
recolher dinheiro para pagar as multas impostas pela Justiça”. Absurdo, intolerância,
e a palavra que coloquei no título.
Podem fazer todas as exigências a respeito do dinheiro
arrecadado, sua origem e legitimidade. A receita está cobrando os impostos, sem
revolta ou irritação. Esse João Campos quer o quê? Já foram condenados,
multados, perderam a liberdade e o crédito.
O
equívoco do Ministro Gilmar Mendes
Foi esse professor de “direito alemão”, que abriu
caminho para o aparecimento das raivas ou vinganças. Um Ministro do Supremo não
pode dar entrevistas ou fazer afirmações apenas espalhando suspeitas. No setor
político, Gilmar foi entusiasta do “domínio do fato”. Agora insiste, só que no “domínio
do dinheiro”. Quer que os acusados não possam receber ajuda. O passado de
Gilmar, referenda essas suspeitas?
PS –
Quando Dona Marina entrou no PSB, Miro Teixeira, que andava atrás dela, há 24
horas entrara no Pros. Mas espalharam que seria candidato a governador do
Estado do Rio. Escrevi aqui: ”Está querendo abandonar a vida pública”.
PS2 –
Agora, o próprio Miro diz que é candidato. Não tem uma chance em 1 milhão de
ser eleito. Já perdeu para governador e para prefeito. Foi até Ministro,
incrível.
PS3 –
A Câmara se desmoralizou ainda mais, na votação do mandato do deputado Donadon.
Em agosto, quando o voto era secreto, foi abraçado, acarinhado, absolvido.
PS4 –
Agora, com o voto aberto, ninguém queria falar com ele, ficou “num cantinho”,
todos com pressa que voltasse para a Papuda. Os 467 votaram pela cassação. Nem
1 voto a favor, só uma abstenção.
PS5 –
O grande “benefício” de Dona Dilma com Garotinho, é não apoiá-lo publicamente.
Garotinho lidera as pesquisas, mas ele, Lindberg e Crivella, sonham com um vice
que ainda não se definiu.