Depois reclamam por aumentar o número de pessoas, em Brasília, com saudade dos tempos de Juscelino Kubitschek, quando o governo do Distrito Federal compunha-se de um prefeito nomeado e de alguns secretários. Jânio, Jango e os generais-presidentes seguiram a receita, sempre escolhendo gente de reputação ilibada e, na maioria das vezes, de capacidade administrativa.
As coisas só pioraram quando o Congresso aprovou emendas sucessivas, estabelecendo eleições diretas de governador, representação na Câmara e no Senado e uma Assembleia Distrital. Com as exceções de sempre, a capital federal viu-se tomada pelo que de pior existia na política partidária.
Com o aumento da população, prevista para ficar em 500 mil habitantes e hoje beirando os três milhões, foi a festa para quantos se especializaram em explorar os ingênuos e locupletar-se com a coisa pública. Emergiram, no centro do país, verdadeiras quadrilhas.
De lá para cá, tivemos governadores e senadores cassados e presos, além de deputados processados aos montes. Além dos que permanecem à sombra, impunes, dividindo com ampla categoria de maus empresários os frutos do esbulho e da roubalheira. Pois o pior ainda está por vir: as pesquisas indicam a volta da maioria dos bandidos, pelo voto.
Brasília é a casa do presidente da República, mas fazer o quê, se a cidade defronta-se com o retorno dos amigos do Ali Babá? Que representação é essa, vale repetir, com as exceções de sempre?
Por essas e outras é que dá saudade do tempo dos prefeitos…
ULTIMO ESFORÇO
Combinaram os presidentes da Câmara e do Senado de promover um último esforço para a aprovação da reforma política, a partir de fevereiro e com prazo fatal para esgotar-se em julho. Para Henrique Eduardo Alves e Renan Calheiros, o ano parlamentar estará limitado ao primeiro semestre de 2014. Depois, serão meses de recesso remunerado, com deputados e senadores empenhados na campanha eleitoral. Há quem suponha tratar-se de sonho de noite de verão. O que não foi feito em anos não se concretizará em meses.