Por SOLANGE RODRIGUES -
Vamos ter eleições para prefeito no final de 2020. Nesses momentos que a antecedem, muitos profissionais da política, para os quais somente o ganho tem significado e não a boa luta pelo bem estar dos cidadãos, se assanham e fazem qualquer negócio. É ai que o "bicho pega".
A ética vai para o ralo. Vale tudo como, por exemplo, seguir a pregação da mentira repedida, até se tornar verdade, na tentativa de denegrir aqueles que sempre lutaram pela democracia, em todos os momentos e não somente visando cargos através de manobras de aliciamento de entidades, partidos políticos e mesmo em supostas negociações espúrias, nas quais conseguem enganar membros do judiciário.
Nesses lances marcados pela História, esses seres gananciosos de poder, se arvoram em defensores de uma pseudo democracia que não satisfizeram até aqui, em suas atitudes públicas e judiciais. Marcados como capitães do mato, coniventes e apoiadores do sistema, usam subterfúgios falaciosos, para não aparecerem como tal, ludibriando o público para que este não perceba que as tomadas de decisões de seus respectivos grupos, carregam a máxima da dominação: quanto pior melhor.
Assim, tentando manter eleitores presos em coleiras de meias verdades, tentam pavimentar caminhos obscuros, pelos quais tentam arrastar parte dos incautos, com o único objetivo de se locupletarem através de eleições viciadas, a quais chamarão de legal: isto porque toda a trama que os envolve em sujas manobras, ficou embaixo do tapete e na superfície, apenas aparece os meandros "legais".
As eleições no Brasil, sempre estiveram pautadas por uma equação binária que inclui "2 e 0": casa grande e senzala. Daí inferirmos que, eleições em quaisquer instâncias de poder, devem ser precedidas de informações precisas ao seu público alvo. A classe que veio da senzala dispõe de poucos recursos materiais para qualquer campanha, mas transborda em ética e solidariedade. A classe da casa grande, ao contrário, dispõe de muitos recursos, contatos em todas os níveis de poder e formas diversas de manobrar, inclusive mudando regras eleitorais em cima da hora, na tentativa de impedir a participação da senzala.
A semelhança fundamental entre as eleições, sejam elas realizadas visando eleger um presidente da CNBB, da associação de moradores, do sindicato, da OAB, da ABI ou um prefeito, é que todas são marcadas pele uso do vil metal. O eleitor precisa saber quem financia, de onde vem e para o que vai servir.
*Solange Rodrigues, é jornalista e escritora. Associada da ABI, inadimplente.