MIRANDA SÁ -
“A guerra nada mais é que a continuação da política por outros meios”.(Clausewitz)
Nas redes sociais, onde tudo se comenta, fala-se do tempo complicado que atravessamos enfrentando uma guerra cibernética onde os mais audaciosos se assemelham a robôs com smarthphones na mão.
Outro dia, no Twitter, encontrei um exemplo disto, com alguém confundindo o “centrão” dos picaretas da Câmara, com o Centro Democrático. Assim não dá para alimentar um debate…
Então a minha tristeza diante disso levou-me a uma citação do atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, num artigo que escreveu no ano passado. Parodiando Joaquim Nabuco, Moro disse que “existe uma esperança infinita de que os dias dos barões da corrupção chegarão ao fim, cedo ou tarde”.
Troquem os “barões da corrupção” por “barões da escravidão” e terão a frase original do grande pernambucano Nabuco, um político exemplar, diplomata, historiador e jurista que participou das lutas abolicionistas, com antológicos discursos em favor dos escravos; e, com Rui Barbosa, defendeu a liberdade religiosa no Brasil, a separação entre Estado e Religião e a laicidade do ensino público. Fundou, com seu grande amigo de Machado de Assis a Academia Brasileira de Letras.
Vê-se que Freud bem explica ao dizer que “o caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu para conviver”. Então não se precisa fazer louvaminhas a quem teve ao seu lado Machado e Rui.
Sempre de olho na História, voltando-me ao passado, quando o amor à Pátria estava acima das ambições pessoais, vejo muitos políticos de hoje, representantes do sistema narcopopulista que institucionalizou a corrupção, e declaro guerra.
“Guerra” é um substantivo feminino originário do alemão antigo, “werra”, luta, discórdia. Conquistou as línguas neolatinas, como o português – “a última flor do Lácio”. O “bellum,i” romano, foi só aproveitado nas palavras, bélico, belicismo, rebelde e rebelião.
Como verbete dicionarizado, entre outros significados, “Guerra” traz a definição de qualquer combate com ou sem armas. E é sem armas, só com palavras e dentro dos princípios democráticos que quero guerrear para extirpar o câncer da corrupção entranhado no organismo nacional.
Para iniciar o meu combate mapeei os pontos de degeneração da administração pública municipal, estadual e federal. Já tiveram muita coisa revelada no Mensalão, e na esteira desse esquema criminoso, veio também a Operação Lava Jato.
Assim, luto ao lado do lavajatismo, onde a tática do ataque é a defesa da aplicação da Lei e da ação da Justiça contra o uso dos interesses pessoais dos agentes públicos, que tivemos na atividade deletéria de Lula da Silva e de Dilma Rousseff praticando o “modo petista de governar”.
A Lei, como diz Sérgio Moro repetidamente, deve valer para todos, e o “ativismo reside na estrita aplicação da Lei, mesmo contra interesses especiais”. Estendendo este pensamento, Moro conclui que “No Brasil, tal postura é revolucionária”.
É acreditando que defender a Lei e que os barões da corrupção chegarão ao fim, que movo a guerra revolucionária, sem conceder a trégua que fortalece o inimigo, como ensinou Sun Tzu.
Acredito na peleja permanente para evitar sabotagens, sem recuar na marcha batida contra as escaramuças dos corruptos e dos seus cúmplices, ainda entrincheirados em vários setores da administração pública.