15.5.19

CAMINHONEIROS COBRAM DE BOLSONARO PRESENÇA DA PETROBRÁS NO DIÁLOGO SOBRE PREÇO DO DIESEL

REDAÇÃO -

Através de ofício, ABCAM pede diálogo direto, no máximo em 10 dias.


Através de Nota Oficial, a ABCAM - Associação Brasileira de Caminhoneiros, manifestou desapontamento com a ausência do presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, na Audiência Pública ocorrida na última quarta-feira, dia 8, na Câmara dos Deputados (Comissão de Viação e Transporte) para tratar da política de preços do diesel, entre outros temas associados.

Ponderando que, em alguns casos, o preço do combustível pode representar metade do custo do frete, a ABCAM resolveu solicitar oficialmente que o Presidente da República determine aos dirigentes da Petrobrás a abertura de um diálogo direto com os caminhoneiros, no máximo dentro dos próximos 10 dias.

O documento destaca ainda que, na Audiência Pública, "ficaram intocados os temas relacionados ao preço do diesel e de outros derivados, assim como a questão mais recente neles incidentes da anunciada privatização de oito refinarias".

Nota Oficial

A ABCAM - Associação Brasileira de Caminhoneiros, representando cerca de 450 mil caminhoneiros de todo o Brasil, considera sem resultados a realização de Audiência Pública por intermédio da Comissão de Viação e Transporte, na última quarta-feira, dia 8, na Câmara dos Deputados. Reconhecemos, porém, o esforço feito para a abertura de um diálogo consistente entre os interlocutores por parte dos parlamentares. Contudo, ficaram intocados os temas relacionados ao preço do diesel e de outros derivados, assim como a questão mais recente neles incidentes da anunciada privatização de oito refinarias.

Registramos com desapontamento a ausência na reunião de alguns interlocutores convidados da parte do Governo, notadamente o presidente da Petrobrás, cuja participação havia sido anunciada pela direção da Comissão Especial da Câmara que propôs o diálogo.

Concretamente não se colocou na mesa qualquer indicação quanto ao tema de interesse imediato e estrutural para os caminhoneiros, a saber, a questão do preço do diesel e de sua flutuação. Nossa assessoria técnica, com base em dados atuais e históricos, sustenta que os derivados do petróleo, notadamente diesel, gasolina e gás, poderiam ficar significativamente abaixo dos níveis atuais, preservando-se adequada margem de lucro para a Petrobrás.

Uma condição necessária para isso é a preservação das refinarias em mãos da Petrobrás, com o que a empresa manteria a situação de monopolista em produção de derivados, o que é, inequivocamente, do interesse da segurança nacional e, portanto, também nosso.

A subutilização das refinarias, como acontece hoje, é que está inviabilizando preços internos mais baixos do diesel, com clara agressão aos interesses da população, que acaba comprando produtos mais caros de cujos custos participam os preços do diesel, embutidos no frete. Afinal, 75% dos produtos comercializados no país são movimentados por caminhões.

Com os atuais preços do diesel e sua instabilidade, milhares de caminhoneiros aproximam-se de uma situação de indigência. Para se perceber a influência dos preços do diesel na receita dos trabalhadores, basta dizer que o combustível, considerando determinados destinos, representa até 50% do custo do frete.

Entendemos que essas questões centrais, não apenas para nós, caminhoneiros, mas para a quase totalidade da população sejam tratadas por representantes legítimos de nossa categoria com interlocutores credenciados do Governo, e principalmente o Presidente da Petrobrás. Para isso está sendo solicitado pela ABCAM que o senhor Presidente da República determine aos dirigentes da Petrobrás a abertura de um diálogo direto com os caminhoneiros no máximo dentro dos próximos 10 dias, em lugar da conveniência dela.

Clique aqui para ver os ofícios.

Brasília, 13 de maio de 2019

José da Fonseca Lopes - Presidente da Abcam

Fonte: AEPET