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O ex-governador Sérgio Cabral disse que pagou pessoalmente R$ 200 mil ao ex-procurador-geral de justiça Cláudio Lopes para contribuir na campanha do magistrado para o comando do ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) em 2009.
O depoimento foi prestado oficialmente à Justiça do Rio. Ele ainda relatou o pagamento R$ 150 mil em mesada ao ex-procurador-geral após assumir a chefia do MP. Para "proteção total a mim e aos meus", relatou. Entre os benefícios recebidos pelo ex-governador, está o arquivamento da investigação sobre "farra dos guardanapos", festa em Paris no ano de 2009.
A reportagem do jornal O Globo informa que "Lopes comandou o Ministério Público do Rio entre 2009 e 2012. Ele foi preso em novembro de 2018 acusado de receber cerca de R$ 7 milhões em propina para blindar a organização criminosa chefiada por Cabral – já condenado por nove vezes, com penas quem somam 198 anos de cadeia."
Segundo Cabral, no primeiro semestre de 2008, Lopes foi ao Palácio Guanabara para pedir ajuda na eleição do procurador-geral no ano seguinte.
Conforme o relato de Cabral, Lopes disse: "olha, eu preciso da sua ajuda... No Palácio Guanabara... Eu preciso da sua ajuda financeira porque essa campanha é uma campanha difícil".
O ex-governador ainda afirma que o pedido não foi explícito, mas mesmo assim ele ofereceu R$ 200 mil para ajudar.
A matéria acrescenta que "o ex-governador contou também que, mesmo depois de eleito procurador-geral de Justiça, Lopes pediu mais dinheiro, porque precisava fazer um 'pé-de-meia'."
Segundo Cabral, as palavras do magistrado foram: "Olha, é duro esse troço, eu tenho muita preocupação com meu futuro, minha família, meus filhos, minha mulher... Enfim, eu fico pensando nesse salário aqui. Eu ganho bem como procurador, mas, enfim, fazer um pé-de-meia'.
A reportagem d'O Globo ainda informa que "Cabral cita dois desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio indicados por ele - Sérgio Nogueira de Azeredo e Marcos André Chut - em troca também da manutenção do arquivamento da investigação pelo Conselho Superior do MP. Sérgio tomou posse como desembargador em março de 2015. Marcos André Chut assumiu o cargo dois meses depois, em maio de 2015. Os dois se tornaram desembargador por meio do dispositivo jurídico que determina um quinto das vagas nos tribunais para advogados e integrantes do MP."
Fonte: 247