4.5.19

BRASIL É A TERRA PROMETIDA DOS EVANGÉLICOS, AFIRMA SOCIÓLOGO

REDAÇÃO -

O Brasil tem sido historicamente um lar e um refúgio para ‘protestantes’ desde a primeira migração europeia dos séculos XVI e XVII. O fato de que exista uma realidade multicultural no Brasil com a chegada dos reformados holandeses e a influência luterana alemã marca o início das relações entre religião e política”.


José Luís Pérez Guadalupe, sociólogo e educador peruano, anuncia um projeto de pesquisa (com a participação de 15 especialistas brasileiros, latino-americanos e latino-americanistas) sobre “Os evangélicos e poder político no Brasil”, que será publicado em português e espanhol.

Enquanto isso, ele detém-se ao caso brasileiro, uma espécie de “terra prometida” dos evangélicos.

Qual é a razão histórica dessa “predileção evangélica” pelo Brasil?

No início do século passado, Brasil e Chile foram os países onde seminalmente se formou o pentecostalismo latino-americano, só no Chile isso se estagnou. No Brasil, surgiram novas formas, como o ‘neopentecostalismo’, que soube aproveitar essa grande sensibilidade espiritual da sociedade brasileira para continuar crescendo numericamente e penetrar na cultura e, por fim, na política.

Mas, devemos lembrar que o impressionante crescimento numérico não foi graças a um “pentecostalismo missionário”, mas a um pentecostalismo autóctone, crioulo e leigo, que permitiu a enorme penetração cultural que tem na atualidade.

No entanto, deve-se notar também que o Brasil não é o único caso no continente, nem tem os maiores percentuais de comunidade evangélica, mas, sim, Guatemala, Honduras, El Salvador e Nicarágua. Contudo, é o país que mais sabe vincular o fator religioso à política partidária. Tanto é que é o único país da América Latina onde igrejas evangélicas (especialmente igrejas pentecostais) normalmente intervêm na política partidária desde 1986. (…)

Fonte: Paulopes