MIRANDA SÁ -
“As ideias que criam, as ideias vivas que elevam religiões e impérios, gênios e heróis e mártires e santos…” (Raul de Leôni)
Miranda Sá (Reprodução) |
Até pouco tempo a palavra Ideia vinha com acento agudo no “e”, e por causa da nova ortografia da língua portuguesa, despiu-se do sinal gráfico, mas continua sendo o mesmo substantivo feminino de origem grega, “idéa, as”, aspecto exterior, aparência, forma, maneira de ser; e do latim, “idĕa, ae”, forma original, imagem, noção.
Refere-se na linguística a representação mental de alguma coisa: conceito, concepção, pensamento, percepção, proposta, reflexão, sugestão… É vasta a sua sinonímia, conforme o arbítrio do pensador.
Gosto muito da definição “ponto de vista”. O meu acompanha o de Victor Hugo, que analisando a realidade política da sua época, escreveu: “Nada é mais poderoso do que uma ideia que chega no momento certo”.
Sem dúvida. A História – que como as cartas do baralho cigano não mente jamais – registra no século seguinte a explosão das ideias totalitárias na Europa com a revolução russa e o surgimento do fascismo e do nazismo, contando com largo apoio à época.
Como as ideias vêm e vão, foram enterrados o fascismo com o cadáver do seu líder Benito Mussolini pendurado num gancho de açougueiro; o nazismo no bunker de Hitler, e o stalinismo sob os escombros do Muro de Berlim.
Não foi por acaso que uma ideia sobreviveu no Ocidente além às tormentas causadas pela 2ª Guerra Mundial: a Democracia, que o seu arauto após o conflito, Winston Churchill, definiu como “A Democracia é a pior forma de governo, com exceção de todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos…”.
Certifica-se, entretanto, que além da volta de doenças que pareciam extintas, graças à profilaxia implementada pelo avanço da Medicina, assistimos, também, o retorno das ideias malignas que aterrorizaram o mundo no século passado.
Felizmente, as liberdades democráticas conquistadas sob a consigna da revolução francesa, “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, atraem mais gente do que as filosofias que negam a livre expressão do pensamento.
No nosso brasileiro, a ideia viva que o consciente coletivo do nosso povo eleva, é perseguir o fim da corrupção que foi institucionalizada nos governos petistas de Lula e do seu mamulengo, Dilma. Ele, para nossa satisfação, está preso e responde ainda por vários processos de corrupção praticada no seu governo; ela continua solta, escorregando entre os dedos dos investigadores e blindada por alguns procuradores.
A ideia nacional de apoio à Operação Lava Jato para extirpar o câncer nascido no organismo nacional, com metástase nos três poderes da República, passou agora por um teste no Congresso Nacional.
Tentando desmoralizar o ministro Sérgio Moro – paladino da luta contra o crime organizado e a corrupção –, parlamentares investigados pela Lava Jato e seus cúmplices, retiraram o Coaf do Ministério da Justiça.
Estes traidores do eleitorado pensaram em fazer o mal, mas sequer arranharam o verniz do esquema lavajatista que o Ministro representa no Governo Bolsonaro. Primeiro, porque terão que ganhar o plenário das duas casas do Congresso; segundo, porque, se mantida a decisão, o ministro Paulo Guedes, da Justiça, já se comprometeu a manter o comando indicado por Moro para o órgão.
Com relação à opinião pública, os inimigos da ordem e do progresso não desencantaram os brasileiros; pelo contrário, mostraram-se expostos a sua atividade corrosiva contra o Brasil ético. Os nomes estão anotados.