15.4.19

CEM DIAS DE MUITA VIOLÊNCIA NO RIO DE JANEIRO, MORADORES ESTÃO TOTALMENTE DESPROTEGIDOS

ALCYR CAVALCANTI -

O juiz Wilson Witzel surpreendeu a todos ao ser eleito governador do Estado do Rio de Janeiro ao derrotar políticos tradicionais e assim como fez o presidente Jair Messias Bolsonaro, de quem é um fã e admirador ardoroso, prometeu acabar com a "velha ordem" e inaugurar uma época de paz e prosperidade com uma "Nova Ordem". Essa ordem nova não é nenhuma novidade, assim como promessas  feitas por candidatos quando em seus palanques e agora nos palanques virtuais, onde o falso pode ser uma verdade definitiva e as verdades transformadas em mentiras no intuito de  enganar alguns pouco esclarecidos.  A   "Nova Ordem" traz de volta as velhas práticas de extermínio pelo estabelecimento da Lei do Abate, do atirar para matar agora sob uma nova roupagem, "excludente de ilicitude", ou como tem dito o ilustre juiz "atirar na cabecinha, de preferência". É uma prática do Velho Oeste, de uma terra sem lei em que o atirador pretende julgar e eliminar sem dó nem piedade. Em recente entrevista o governador admitiu que os snipers já estão sendo utilizados, que ele mesmo deu liberdade para o atirador decidir se deve ou não atirar, a ordem é abater quem tiver portando fuzil, em qualquer situação. Helicópteros com atiradores bem treinados têm dado voos rasantes nas favelas cariocas trazendo pânico aos moradores que são obrigados a ficar trancados em suas casas para fugir de um possível fuzilamento.


Violência vai gerar cada vez mais violência, em uma escalada criminosa em nome de uma pretensa ordem que vai sobretudo desrespeitar os mais elementares direitos solidamente adquiridos e colocar cada vez mais medo na população que não vai saber em quem confiar. A morte do músico que voltava de um chá de bebê com seus familiares atingido por oitenta tiros por uma patrulha do exército foi mais um triste episódio de uma política de segurança totalmente equivocada e pouco eficiente. O crescimento de grupos paramilitares que atuam à margem da lei tem piorado ainda mais as condições de vida de milhões de moradores residentes em favelas. Durante décadas a disputa entre as redes criminais para controle de território tem infernizado a vida de milhões de pessoas que só querem conviver em suas localidades. De alguns anos para cá as milícias disputam tomada de território agravando ainda mais a vida dos moradores. Em muitas ocasiões parece ter acontecido um estímulo ao crescimento destes grupos na ilusão de acabar com o narcotráfico. Algumas milícias têm feito uma aliança cooperativa com facções criminosas para o domínio de determinados territórios.    Milhares de alunos têm ficado sem aula devido à disputa entre as redes criminais e principalmente às constantes invasões policiais feitas  com um planejamento muito falho que só tem servido para afugentar crianças e professores das salas de aula. Enquanto isso a famigerada "Guerra do Rio" vai aumentando cada vez mais os índices de criminalidade em que pelo estímulo dos governantes execuções vão aumentar ao atingir preferencialmente os menos favorecidos, em muitos casos destruir famílias inocentes que só procuravam viver em paz e harmonia.