ALCYR CAVALCANTI -
A favela é uma exigência da estrutura social
brasileira. Ela exige relações de dependência econômica que resultam na miséria
permanente ou temporária que por sua vez dá origem a esse tipo de
organização social num conhecido círculo vicioso. (José Artur Rios)
O Vidigal é uma das 950 favelas do Rio de Janeiro, situada às margens da Avenida Niemeyer, um dos cartões postais da cidade e também um contraste entre diversos tipos de soluções arquitetônicas como o Hotel Sheraton construído na praia e tendo ao fundo milhares de unidades habitacionais que vão pelo morro acima. Seu nome é uma homenagem ao major da Policia Militar que comandou a PM no século XIX, Miguel Nunes Vidigal. Situada entre o Leblon e São Conrado sobre o Morro Dois Irmãos tem tido um crescimento desordenado e devido à sua localização privilegiada tem aproximadamente 21 mil moradores. As fortes chuvas no início de fevereiro deixaram um rastro de desabamentos mortos e feridos.
O gabarito máximo permitido é de três andares, que tem sido frequentemente desrespeitado. Na sua parte mais alta podemos verificar novas construções que em futuro bem próximo irão se unir às construções da parte alta da Rocinha na Mata Atlântica que vão formar uma só favela com imensa população. Atualmente o narcotráfico é o comércio mais lucrativo explorado pela rede criminal Comando Vermelho depois do racha entre Antonio Bonfim o Nem e Rogério 157 que dominavam a Rocinha. O bando fortemente armado tem resistido às investidas de facções contrárias, de olho nos inúmeros pontos de venda de drogas. O Vidigal tem sido a moradia de inúmeros artistas cantado em versos e em prosa pelo compositor Jorge Mautner.
O turismo também tem se intensificado para um tour pela favela em busca de emoções diversas e de uma visão privilegiada do Rio de Janeiro.
