10.2.19

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Por BOLIVAR MEIRELLES -

Karl Marx e Friedrich Engels.
Um político não usa a raiva como método. Tem de usar a cabeça e saber se, num segundo turno votar em Lula contra Collor, em Dilma contra Aécio ou em Haddad contra o Bolsonaro é, pelo fato de que, "na "realidade concreta", as decisões não são finalísticas mas dialéticas e, os caminhos táticos tem de ser seguidos.

Para mim não é a Pessoa Política que busca atingir o fim da proposição de libertação "total" da Sociedade que eu aplaudirei. Temos de, a todo momento identificarmos os companheiros de viagem. A Revolução não vai se fazer, apenas, com os "puros". Até pelo singular fato de que, a pureza total, não existe. O caminho é dialético, não é metafísico.

O Haddad pode não ser o melhor mas, acho que o voto nele contra o Capitão de extrema direita foi acertado. O PT ao se compor com Henrique Meirelles ou Dilma com o Levy tem de ter a nossa crítica. Agora, "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa".

Lula está preso não pelos erros e sim pelos acertos. A Direita tem horror ao povo ter algum benefício, mesmo que de remuneração apenas. O Lula é sim "um preso político". Não foi o Lula nem o PT que inventou a corrupção. A corrupção é inerente a Sociedade de Classes. Eu quero discutir é a "mais valia" e a "mais valia relativa".

Marx, com a crise geral que o capitalismo está passando ressurge como o grande analista político, econômico e filosófico. A questão que temos de focar é a denúncia do Estado útil ao Grande Capital, principalmente o financeiro. Não podemos separar o Estado do Capital. O Estado que vivenciamos é o Estado Capitalista. Não podemos criticar o Estado e seus gestores, coercitivos e reguladores desfocados do grande responsável por ele, o Grande Capital Financeiro e seus vínculos concretos com o Império coordenado pelos EUA. Nunca deveremos perder o foco principal. Devemos recordar o grande pensador marxista Engels, "O Estado se extinguirá quando for desnecessário".

Ora, num mundo dividido em estados nacionais com fronteiras definidas o Estado é nacional, tem forças armadas, é um "estado de direito" nacional, Burguês ou não, os "Poderes" são de classe e a luta de classes é o processo verdadeiro de libertação do povo trabalhador. A intermediação da mídia burguesa confunde o processo de conscientização dos trabalhadores.

O desenvolvimento do capitalismo criou uma camada de novos capatazes, os gerentes, técnicos e tecnólogos mais bem remunerados do que os outros que, por um individualismo, tendem a defender o Sistema Capitalista. Uma das grandes tarefas revolucionárias é saber lidar com essa "realidade concreta". Outro aspecto é saber lidar com as contradições do próprio capital e suas realidades geopolíticas, EUA/Europa e China/Rússia. A própria Europa tem contradições internas. Essas são algumas considerações.

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Bolivar Marinho Soares de Meirelles é General de Brigada Reformado e Anistiado político.