Karl Marx e Friedrich Engels. |
Um político não usa a raiva como método. Tem de usar a
cabeça e saber se, num segundo turno votar em Lula contra Collor, em Dilma
contra Aécio ou em Haddad contra o Bolsonaro é, pelo fato de que, "na
"realidade concreta", as decisões não são finalísticas mas dialéticas
e, os caminhos táticos tem de ser seguidos.
Para mim não é a Pessoa Política que busca atingir o fim da
proposição de libertação "total" da Sociedade que eu aplaudirei.
Temos de, a todo momento identificarmos os companheiros de viagem. A Revolução
não vai se fazer, apenas, com os "puros". Até pelo singular fato de
que, a pureza total, não existe. O caminho é dialético, não é metafísico.
O Haddad pode não ser o melhor mas, acho que o voto nele
contra o Capitão de extrema direita foi acertado. O PT ao se compor com
Henrique Meirelles ou Dilma com o Levy tem de ter a nossa crítica. Agora,
"uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa".
Lula está preso não pelos erros e sim pelos acertos. A
Direita tem horror ao povo ter algum benefício, mesmo que de remuneração
apenas. O Lula é sim "um preso político". Não foi o Lula nem o PT que
inventou a corrupção. A corrupção é inerente a Sociedade de Classes. Eu quero
discutir é a "mais valia" e a "mais valia relativa".
Marx, com a crise geral que o capitalismo está passando
ressurge como o grande analista político, econômico e filosófico. A questão que
temos de focar é a denúncia do Estado útil ao Grande Capital, principalmente o
financeiro. Não podemos separar o Estado do Capital. O Estado que vivenciamos é
o Estado Capitalista. Não podemos criticar o Estado e seus gestores,
coercitivos e reguladores desfocados do grande responsável por ele, o Grande
Capital Financeiro e seus vínculos concretos com o Império coordenado pelos
EUA. Nunca deveremos perder o foco principal. Devemos recordar o grande
pensador marxista Engels, "O Estado se extinguirá quando for
desnecessário".
Ora, num mundo dividido em estados nacionais com fronteiras
definidas o Estado é nacional, tem forças armadas, é um "estado de
direito" nacional, Burguês ou não, os "Poderes" são de classe e
a luta de classes é o processo verdadeiro de libertação do povo trabalhador. A
intermediação da mídia burguesa confunde o processo de conscientização dos
trabalhadores.
O desenvolvimento do
capitalismo criou uma camada de novos capatazes, os gerentes, técnicos e
tecnólogos mais bem remunerados do que os outros que, por um individualismo,
tendem a defender o Sistema Capitalista. Uma das grandes tarefas
revolucionárias é saber lidar com essa "realidade concreta". Outro
aspecto é saber lidar com as contradições do próprio capital e suas realidades
geopolíticas, EUA/Europa e China/Rússia. A própria Europa tem contradições
internas. Essas são algumas considerações.
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Bolivar Marinho Soares de Meirelles é General de Brigada
Reformado e Anistiado político.