REDAÇÃO -
A lama de rejeitos de minério de ferro da Vale que rompeu a barragem do feijão deverá atingir o rio São Francisco a partir do dia 15 de fevereiro. A previsão consta no primeiro boletim de monitoramento especial do Rio Paraopeba produzido pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da Agência Nacional de Águas (ANA).
Os cálculos feitos pelos técnicos do governo apontam que a lama chegará à usina de Três Marias, a primeira instalada ao longo do São Francisco, entre os dias 15 e 20 do próximo mês.
O boletim da CPRM é o primeiro documento do governo informando que a lama da barragem da Vale chegará ao Rio São Francisco. Mais cedo, também nesta segunda-feira, o secretário de Mineração do Ministério de Minas e Energia, Alexandre Vidigal, negou que os rejeitos chegariam a Três Marias. O Rio Paraopeba é um dos principais afluentes do Rio São Francisco.
No início da noite, a Agência Nacional de Águas divulgou nota na qual informa que a barragem da usina de Retiro Baixo, a cerca de 300 Km de Brumadinho, "possibilitará o amortecimento da onda de rejeitos em seu reservatório, a depender da operação da usina". O órgão do governo acrescentou "está se avaliando, ainda, se a onda de rejeitos alcançará o reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Marias, no rio São Francisco, que se encontra cerca de 30 km a jusante da barragem de Retiro Baixo".
Já a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou ofício à usina de Retiro Baixo solicitando relatório sobre a capacidade da hidrelétrica de suportar os rejeitos oriundos do rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão. A barragem de Retiro Baixo foi uma das 122 estruturas fiscalizadas in loco pela Aneel entre 2016 e 2018 "e está em boas condições", segundo nota do órgão.
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BOMBEIROS DESMONTAM APOIO DE ISRAEL: EQUIPAMENTOS NÃO SÃO EFETIVOS PARA BUSCAS
Os equipamentos trazidos de Israel para Brumadinho (MG) "não são efetivos para esse tipo de desastre", disse o comandante das operações de resgate, o tenente-coronel Eduardo Ângelo.
"O ministro de Israel se pronunciou a respeito das dificuldades que eles tiveram. O imagiador que eles têm pegam corpos quentes, e todos os corpos [na região] são frios. Então esse já é um equipamento ineficiente", disse o tenente-coronel ao jornalista Rubens Valente, da Folha de S. Paulo. "Dos equipamentos que eles trouxeram, nenhum se aplica a esse tipo de desastre", disse ele.
O militar reconheceu que o detector de imagens poderia ser eficaz para localização de sobreviventes, pois capta o calor humano. Porém, nenhum sobrevivente foi localizado pelas buscas das últimas 48 horas. "O que faz [constitui] a imagem é a temperatura. Quando a temperatura está homogênea, é como se não houvesse nada no solo".
Fonte: 247