HELIO FERNANDES -
O petróleo brasileiro tem uma historia
sofrida. Durante mais de 50 anos negado, roubado, descoberto e no apogeu com o
pré-sal, insistem em privatizá-lo. Os americanos mantinham um representante
aqui, com um discurso e uma obrigação: "Não ha petróleo no Brasil".
Monteiro Lobato se insurgia,se revoltava, protestava.
Um dia, fez um mapa dos países com
fronteiras com o Brasil, escreve: "Deus quando criou o mundo, determinou
que todos os países teriam petróleo, menos o Brasil". O ditador Getúlio
Vargas, que asilara o presidente Washington Luiz, o vice Fernando Mello Viana,
e o ministro do Exterior, Otavio Mangabeira, asilou também Monteiro Lobato.
Este escrevia, ninguém publicava, o petróleo deixou de ser noticia.Mas
continuava existindo.
Sumarizando, pois inesperadamente tudo
aconteceu. Do histórico Clube Militar, depois de dezenas de reuniões, surgiu o
grito que emocionou o Brasil para sempre: "O petróleo é nosso". Ao
mesmo tempo que assinalava o tempo da riqueza, se transformava também no grande
símbolo nacional. FHC que doou grande parte do nosso patrimônio, quis entregar
também a Petrobras, não teve coragem.
Mas para demonstrar suas convicções,
tentou mudar o nome da empresa, passando a ser Petrobrás, com Z no final, para
ficar americanizada. Mas a covardia inata prevaleceu, recuou. Não demorou muito
surgiu o pré-sal, mérito para ninguém, descoberta do que estava depositado numa
profundidade de milhares de quilômetros. Parecia impossível extraí-lo, mas era
numa quantidade tal que impressionou e assustou o mundo. O Brasil entrou com
honras na OPEP, ao mesmo tempo que procuravam roubar ou torpedear a nossa riqueza.
Existem varias formas, tiveram sucesso,
na implantação dos leilões, que tantos prejuízos provocaram e provocam para o
país. Mas nada parecido com a nova ordem imposta (ou tentativa de imposição)
pelo presidente eleito. Bolsonaro garantiu os cargos para os presidentes do BC
e da Petrobras, "basta vocês dizerem SIM".
O presidente do BC queria ficar, a
família proibiu (é a palavra) que trabalhasse com Bolsonaro. Ivan Monteiro,
muito melhor que Pedro Parente, concordou em ficar. Mas o novo Castelo Branco
ganhou o cargo ha 3 dias, afirmando num artigo: "Temos que privatizar a
Petrobras e outras estatais". Mostraram o artigo a Bolsonaro, ele não
sabia quem era o autor, mandou chamá-lo e imediatamente convidou-o. Convite
aceito sem restrições.
PS- Publicado o fato, a repercussão
negativa foi terrível. Bolsonaro e o futuro presidente da empresa, se esgotaram
em desmentidos.
PS2- Desmentidos que não desmentem
nada, ficou a afirmação: "Vamos privatizar uma parte". Não tem que
privatizar nada.
PS3- Antes da posse, Bolsonaro está
desbaratando e desperdiçando o capital que nunca teve.
PAULO GUEDES, ARROGANTE E IMPRUDENTE
Em vez de estar trabalhando, tentando
cumprir a tarefa gigantesca, que irresponsavelmente lhe entregaram, veio a
publico dizer bobagem. E tratando de assunto inteiramente fora da sua alçada.
Que definiu numa frase. "Não haverá aumento de impostos". Não
convenceu ninguém. Por enquanto, até 31 dezembro, Bolsonaro ouve e ri. Aliás,
está sempre rindo, tem todos os motivos.
A partir do dia da posse, ninguém mais
existe, É Bolsonaro e mais nada, e sem contestação. Experimentem.