21.11.18

PETROBRAS: DO PETROLÃO À PRIVATIZAÇÃO

HELIO FERNANDES -


O petróleo brasileiro tem uma historia sofrida. Durante mais de 50 anos negado, roubado, descoberto e no apogeu com o pré-sal, insistem em privatizá-lo. Os americanos mantinham um representante aqui, com um discurso e uma obrigação: "Não ha petróleo no Brasil". Monteiro Lobato se insurgia,se revoltava, protestava.

Um dia, fez um mapa dos países com fronteiras com o Brasil, escreve: "Deus quando criou o mundo, determinou que todos os países teriam petróleo, menos o Brasil". O ditador Getúlio Vargas, que asilara o presidente Washington Luiz, o vice Fernando Mello Viana, e o ministro do Exterior, Otavio Mangabeira, asilou também Monteiro Lobato. Este escrevia, ninguém publicava, o petróleo deixou de ser noticia.Mas continuava existindo.

Sumarizando, pois inesperadamente tudo aconteceu. Do histórico Clube Militar, depois de dezenas de reuniões, surgiu o grito que emocionou o Brasil para sempre: "O petróleo é nosso". Ao mesmo tempo que assinalava o tempo da riqueza, se transformava também no grande símbolo nacional. FHC que doou grande parte do nosso patrimônio, quis entregar também a Petrobras, não teve coragem.

Mas para demonstrar suas convicções, tentou mudar o nome da empresa, passando a ser Petrobrás, com Z no final, para ficar americanizada. Mas a covardia inata prevaleceu, recuou. Não demorou muito surgiu o pré-sal, mérito para ninguém, descoberta do que estava depositado numa profundidade de milhares de quilômetros. Parecia impossível extraí-lo, mas era numa quantidade tal que impressionou e assustou o mundo. O Brasil entrou com honras na OPEP, ao mesmo tempo que procuravam roubar ou torpedear a nossa riqueza.

Existem varias formas, tiveram sucesso, na implantação dos leilões, que tantos prejuízos provocaram e provocam para o país. Mas nada parecido com a nova ordem imposta (ou tentativa de imposição) pelo presidente eleito. Bolsonaro garantiu os cargos para os presidentes do BC e da Petrobras, "basta vocês dizerem SIM".

O presidente do BC queria ficar, a família proibiu (é a palavra) que trabalhasse com Bolsonaro. Ivan Monteiro, muito melhor que Pedro Parente, concordou em ficar. Mas o novo Castelo Branco ganhou o cargo ha 3 dias, afirmando num artigo: "Temos que privatizar a Petrobras e outras estatais". Mostraram o artigo a Bolsonaro, ele não sabia quem era o autor, mandou chamá-lo e imediatamente convidou-o. Convite aceito sem restrições.

PS- Publicado o fato, a repercussão negativa foi terrível. Bolsonaro e o futuro presidente da empresa, se esgotaram em desmentidos.

PS2- Desmentidos que não desmentem nada, ficou a afirmação: "Vamos privatizar uma parte". Não tem que privatizar nada.

PS3- Antes da posse, Bolsonaro está desbaratando e desperdiçando o capital que nunca teve.

PAULO GUEDES, ARROGANTE E IMPRUDENTE

Em vez de estar trabalhando, tentando cumprir a tarefa gigantesca, que irresponsavelmente lhe entregaram, veio a publico dizer bobagem. E tratando de assunto inteiramente fora da sua alçada. Que definiu numa frase. "Não haverá aumento de impostos". Não convenceu ninguém. Por enquanto, até 31 dezembro, Bolsonaro ouve e ri. Aliás, está sempre rindo, tem todos os  motivos.

A partir do dia da posse, ninguém mais existe, É Bolsonaro e mais nada, e sem contestação. Experimentem.