20.11.18

BOLSONARO REDESCOBRIU A "POLÍTICA DE GOVERNADORES"

HELIO FERNANDES -


A República começou com essa forma de administrar. Deodoro e Floriano assaltaram o poder na madrugada de 15 de novembro, desprezaram e ultrapassaram os "Propagandistas da Republica", belíssima, heroica e desprendida geração. Em grandeza, igual á geração dos "Abolicionistas". Deodoro ficou como presidente, Floriano como vice, e comandante do Exercito. 8 meses depois derrubou Deodoro, ficou até 1894, pensou que fosse ficar até morrer.

Não havia eleição, só existia um partido, o Republicano. A cúpula se reunia, decidia quem ia ser presidente e quem seria governador. O presidente, de um estado grande, o vice de um estado menor. Depois de Floriano veio Prudente de Moraes, presidente do Senado, o contrario do marechal. Os ministros eram indicados pelos governadores, daí a denominação. Sem essa colaboração, ninguém poderia governar.

Durou ate 1930, quando Getúlio tomou o poder com um golpe, que adoram chamar de Revolução. (Em 64, novo golpe, nova identificação como revolução. Mas isso é outra historia). Nos raros momentos de democracia e eleição direta, os presidentes recorriam aos governadores e aos partidos com representação no Congresso. Resumindo: Bolsonaro tem medo do dialogo com o Congresso, por vários motivos.

Cair no troca-troca que ele tanto combateu. E o susto de pagar caro pelo apoio parlamentar, e ainda por cima ser derrotado. Terá que enfrentar, (a palavra exata é essa) 513 deputados e 54 senadores totalmente desconhecidos. Apenas 27 têm mandato  por mais 4 anos, e o badalado Anastásia, derrotado para governador volta para o senado até 2022.

Bolsonaro prefere governar com os governadores, 14 ou 15, em total desespero por falta de recursos. Seu plano é fazer (ou terminar) obras em todos os estados, dando o credito e o prestigio aos governadores, obscurecendo parlamentares, até que seja procurado por eles. Sua primeira decisão sobre o assunto. Pretende ficar longe das eleições dos presidentes da Câmara e do senado.

PS- Faça o que fizer, Bolsonaro ficará longe do sucesso para ele e para o país. Não está preparado nem para  prefeito.

PS2- Desde 28 de outubro, presidente eleito, em 20 dias errou tanto, principalmente na formação da equipe, que deixou implícito e explicito que sua eleição é produto de ações criminosas, ilegais e ilegítimas.

PS3- Deveria ter sido cassado, como escrevi durante a campanha, condenando a omissão medrosa do TSE.

PS4- Alem do mais, Bolsonaro é um FRACASSO anunciado. Fracassou como militar, como  parlamentar, por que seria vencedor como Presidente da Republica, com suas precárias condições morais, políticas, pessoais, administrativas e construtivas?

PS5- Durante a campanha falou duas vezes sobre reeleição. A primeira, "não gosto de reeleição". A segunda, "não disputarei reeleição".

PS6- Por isso trouxe para o seu lado, Sergio Moro. Foi logo desmentido, Moro afirmou na televisa: "Não serei candidato a presidente".

O CHANCELER QUE É EMBAIXADOR, CUMPRIU A CARREIRA, NÃO QUER POSTO NO EXTERIOR

Estranho, inédito e surpreendente, foi promovido a Ministro de Primeira, ultima promoção. Normalmente é designado ou "pede posto", é embaixador, de fato e de direito. Só que essa rotina ou normalidade, foi quebrada pelo agora conhecido Ministro do Exterior, Ernesto Araujo. Notório personagem de extrema direita, e suas admirações e idolatrarias, confessadas por ele mesmo, chegam a ser assustadoras.

Sua primeira declaração publica, "meu ídolo é o presidente Trump", continha  tal euforia e entusiasmo, que atrasado e retardado,e se fosse possível, "pediria posto", nomearia a si mesmo embaixador nos EUA, acumulando com o cargo de Ministro do Exterior.

Logicamente exerceria (?) os dois cargos de  Washington, para ficar bem perto do  seu ídolo. Mesmo longe, esse chanceler estouvado, estaria á altura e competência,  sem exceção, de toda a desarvorada e desequilibrada equipe, (?) que Bolsonaro conseguiu ou pensa que conseguiu, equilibrar á beira do precipício.