EMANUEL CANCELLA -
Eu mesmo, em meu blog, falava que o candidato Bolsonaro era Temer e Temer era Bolsonaro (1). E não era porque eu achava, os fatos falavam mais alto:
- Bolsonaro votou no impeachment de Dilma que colocou o golpista Michel Temer no poder.
- Bolsonaro votou nas principais propostas de Temer tais como Reforma Trabalhista e a PEC 55, também conhecida como a PEC do Fim do Mundo (3). Essa PEC congelou investimentos, por 20 anos, em saúde, educação, segurança e também acarretou o não pagamento de salários de policias, bombeiros e professores.
E, acompanhando Temer, seu líder, Bolsonaro anuncia a reforma da Previdência. A trabalhista acabou com os direitos trabalhistas e agora a da Previdência acabará com a aposentadoria. Não satisfeito em debochar do trabalhador, Bolsonaro ainda anuncia o fim do Ministério do Trabalho.
Entre Bolsonaro e Temer, por enquanto, existe uma grande diferença: MiShel Temer é a Geni da Ópera do Malandro de Chico Buarque. Só não jogam bosta em Temer porque ele está protegido pelos muros e seguranças do Palácio do Planalto.
Assim como Lula, que está injustamente preso em Curitiba, Temer está enjaulado no Palácio do Planalto. Quando Lula sair da prisão em Curitiba, Lula vai para os braços do povo. Quando Temer sair do governo vai fugir para o exterior ou vai para a cadeia.
Bolsonaro, por enquanto, é um Pit Bull, temido por todos. Mas parece bravo, na verdade, porque, como dizia um saudoso amigo, eles apostam na nossa covardia.
Quando eu era menino, juntamente com meu irmão mais velho Bolivar, ajudávamos meu saudoso pai a criar seus 10 filhos. Éramos padeiros, assim como meu pai, no subúrbio de Vista Alegre no Rio.
Ambos irmãos, numa cena carioca, defrontamo-nos com um rapaz que tinha apelido de Mexicano por conta do chapéu que usava. Mexicano falava para eu e meu irmão “Se tocar em mim esse cachorro estraçalha”. Lembro-me de ter nos assustado. Mas eis que chega Caubi, um rapaz de rua, fragilizado pelas circunstâncias, que meu pai ajudava dando alimentação e em contrapartida ele nos ajudava fazendo algum trabalho. Caubi falou com Mexicano: “Esse cachorro que é brabo, quero ver”. E saiu dando pontapé no cachorro que saiu correndo.
Ademais, não acredito que as forças armadas, a Justiça e os poderes constituídos do país vão apoiar Bolsonaro nas bravatas anunciadas durante a campanha, caso tente croncretizá-las.
Os eleitores de Bolsonaro foram às urnas já envergonhados, já que ,em matéria de identificação visual, os de Fernando Haddad deram um banho. Muito em breve eleitores de Bolsonaro não existirão, como os de Collor e Aécio ninguém admite que votaram neles.
Lembro-me de Fernando Collor subindo à rampa do Palácio do Planalto, que fazia sempre às segundas-feiras levando convidados e sempre vestia uma camiseta com mensagens. Em uma delas dizia: “O tempo é senhor da razão”!
Vale lembrar que Bolsonaro ganhou uma eleição que lhe dá poderes Republicanos, previstos na Constituição Federal, longe de poderes imperiais!
A menos que haja uma intervenção militar no país, coisa que o próprio general Heleno, da equipe de Bolsonaro, em suas próprias palavras, repudia a ideia, Bolsonaro em breve se transformará integralmente num Temer, detalhe, sem Pit Bull (2)!
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