EMANUEL CANCELLA -
Creio ser de suma importância a publicação de parte desse documento cuja íntegra está anexa para que a sociedade conheça mais sobre o candidato Jair Bolsonaro (1).
Um dossiê, formulado pelo Estado-Maior das Forças Armadas, concluído em 27 de julho de 1990, ao qual a reportagem teve acesso, detalha informações nada abonadoras, reunidas pelo alto-comando do Exército, desde o julgamento que arrancou Bolsonaro do anonimato, nos anos 80, até o início da sua vida parlamentar, na década seguinte.
“Na peça investigatória, há dezenas de anotações feitas pelos oficiais com relatos da jornalista Cássia Maria Rodrigues, então trabalhando na revista Veja, que disse ter sido ameaçada de morte por Jair Bolsonaro, conforme já informado pelo DCM”.
“Em uma outra carta revelada pela imprensa em maio de 91, o então chefe do Estado Maior das Forças Armadas, general Jonas de Morais Correia Neto, o chama de “embusteiro, intrigante e covarde”, acusando-o de “inventar e deturpar visando aos interesses pessoais e da política”, como mostra reportagem abaixo, de 16 de abril de 1991”.
“Para além do que denunciava a repórter, chama a atenção uma carta sem assinatura recheada de denúncias e comentários ofensivos contra Bolsonaro. A investigação não descobriu quem era o autor, mas constatou ser de um colega de farda do agora presidenciável. As autoridades militares que fizeram o relatório trataram de investigar as informações da carta apócrifa. Segundo informam, constataram a veracidade de uma parte do que consta ali. De outra, disseram não ter sido capazes de produzir provas”.
O documento repercutiu dentro e fora da caserna, como mostra reportagem do jornal carioca “Tribuna da Imprensa” do dia 22 de abril de 1991.
“Ao invés de fazer croqui de bombas, escreva quantas vezes você foi ao Paraguai trazer muamba. Conte sobre os seus problemas no Mato Grosso. Verifique qual é o seu conceito na Brigada Paraquedista.”, diz a missiva, em parte referindo-se ao episódio narrado pelo próprio Bolsonaro à Veja, de que preparava atentados à bomba para promover sua campanha por aumentos de salários”.
Tribuna da Imprensa, de 19 e 20 de outubro de 1991, publicou carta do comandante de Operações Terrestre – Coter, General Alberto dos Santos Lima Fajardo, proibindo a entrada do deputado Jair Bolsonaro nos quartéis do Rio de Janeiro.
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