JOÃO FRANZIN -
Primeiro turno é disputa marcadamente partidária. Segundo turno é eleição de frente. Portanto, os candidatos podem, e devem, incorporar propostas de aliados e ampliar o raio do discurso.
Para Fernando Haddad, valeria a pena assumir a proposta feita por Ciro Gomes (PDT) de zerar as dívidas no SPC. A medida é viável e seus resultados teriam impacto real na economia, ajudando a aquecer o mercado interno.
Tendo em vista as graves deficiências no Sistema Único de Saúde (SUS), caberia assumir o compromisso de um mutirão de atendimento nos primeiros seis meses. Poderia centrar esforço nas cidades mais pobres e nas periferias metropolitanas, com garantia de repasse extra de recursos às Prefeituras, devido aos gastos com o atendimento prestado.
Outra medida seria desencadear, em âmbito nacional, uma operação “tolerância zero” frente ao crime organizado, somando as forças policiais da União e Estados, incluindo também o efetivo das Guardas. Ações rápidas, prisões, desmanche de estruturas de apoio ao crime – tudo isso ajudaria a reduzir a sensação de insegurança.
Organizar frentes de trabalho, especialmente para jovens. Assim, uma parte da mão de obra seria ocupada, gerando renda. Os jovens receberiam treinamento e fariam estágios remunerados em estatais, empresas privadas, escolas, unidades de saúde etc.
Retomar 100 grandes obras paradas. Onde a engenharia privada não puder atender, mobilizar o batalhão especializado do Exército, especialmente nas áreas mais distantes.
Passe do desempregado - A partir da experiência bem-sucedida em São Paulo, por exemplo, adotar seis meses de passe livre e grátis em todas as regiões metropolitanas, com repasse pela União das verbas dispendidas.
Ser apenas candidato não basta. É preciso ser efetivo, propositivo, atuante. Urge mostrar perspectivas e alimentar esperanças.
* João Franzin é jornalista e diretor da Agência de Comunicação Sindical