HELIO FERNANDES -
Ainda não eleito, Bolsonaro, na sua versão constitucional,
(revelada logo depois do primeiro turno), considera fundamental eleger os titulares
dos dois cargos. Como a maioria das duas casas, é desconhecida, está tratando
do assunto, pessoalmente. Já fez muitos contatos, mas não suficientes. Faltam
mais de 3 meses para a eleição, (1 de fevereiro) a maioria ainda não apareceu.
A primeira idéia de Bolsonaro, era eleger um filho
presidente da Câmara, outro do senado. Como foram muito bem votados,
considerava que não haveria muita dificuldade. Mas surgiram obstáculos do seu
próprio lado. E dos que não querem todo o poder e todos os cargos importantes.
Monopolizados por ele. E afinal, o seu partido elegeu apenas 52 deputados, (10
por cento do total), e 4 senadores. Não dá nem para calcular ou conversar.
Companheiros de campanha, apresentaram argumentos sólidos,
mas nada é convincente para Bolsonaro. Restrições: "Você toma posse no
primeiro dia de janeiro, não pode se arriscar a duas derrotas acachapantes, 30
dias depois". Bolsonaro prometeu considerar. Mas não abandonou a idéia de ser
em toda a Historia, o primeiro presidente a ter dois filhos presidentes da
Câmara e do senado.
Mas existem candidatos entre os remanescentes, 270, e os que
se elegeram pela primeira vez, 243. Circula o rumor, que dos 243 agora eleitos,
4 serão ou seriam candidatos. Impossível confirmar no momento.
Muitos dos que se reelegeram, estão em Brasília, se
conhecem, conversam, não fazem outra coisa. Têm dados, números, nomes. O grupo mais
visível até agora, é o centrão. Têm certos, 207 deputados. E um candidato,
Rodrigo Maia, que vem coordenando o assunto, desde o ano passado. Rodrigo Maia,
com uma ligeira vantagem, pode não ser o vencedor.
Mas nada impossível um acordo Centrão-Bolsonaro, em torno de
uma pauta que pode ser polemica, com o aval e o conhecimento do ainda presidente
até 31 de dezembro, quando a Câmara encerra os trabalhos. Voltando no dia 31 de
janeiro para a posse dos 513. No dia seguinte para a eleição.
O senado é menos importante, e a eleição é diferente. Como
nunca fecha, o senador que termina o mandato de presidente, preside a eleição,
mesmo que não tenha sido reeleito. O caso de Eunicio de Oliveira. Aliás, o
numero de derrotados é recorde. 52 disputaram a reeleição, não conseguiram.
(Dois não disputaram a reeleição, seus mandatos vão até 2022. Concorreram a
governador, Anastasia, que será derrotado no segundo turno, voltará para o
senado. Fátima Bezerra será eleita, assumirá o suplente).
Haverá dificuldade, por causa de Renan Calheiros, que já
garantiu que é candidato. Ele sempre dominou o senado. Agora só conhece 33 dos
81 senadores. 27 do terço cujo mandato vai até 2022. E os 6 raríssimos que reelegeram-se.
Ele está tentando contato com os 46 que se candidataram pela primeira vez, e
conseguiram um mandato de 8 anos.
PS- Será a eleição mais tumultuada da sua vida.
PS2- Não pode ser subestimado nem supervalorizado.
PS3- Ele tem um projeto sentimental e de família. Em 2022,
seria candidato a governador de Alagoas. Acabaria a carreira em casa.
PS4- O filho terminaria a reeleição, iria para Brasília como
senador.