ANDRÉ MOREAU -
O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Carlos Barroso, resolveu submeter o inquérito da Polícia Federal por suspeita de corrupção no decreto dos Porto de Santos, contra o ilegítimo Michel Temer, para o Ministério Público Federal (MPF) fazer a denúncia, às vésperas do segundo turno das eleições que marcarão o fim da etapa principal do plano de mudança do sistema de governo.
De acordo com as investigações, Temer se encontra envolvido até o pescoço no esquema, desde a década de noventa, quando o Porto do Rio de Janeiro foi induzido à paradeira por falta de recursos que deveriam ser destinados pelo governo federal. O florescente Porto de Manaus, chegou a ser fechado, visando favorecer os portos secos estrangeiros e o transporte aéreo de carga.
Seria ingenuidade questionar por que só agora a elite liberal poderá denunciar Temer, após tantos desserviços à soberania nacional?
Ou será que o episódio é parte do estoque de conflitos controlados pelos oligarcas da Comunicação, visando dar gás à narrativa de medo e mentira?
Cumpre ressaltar que tal divulgação feita por parte da Justiça em primeira mão para os editores do Jornal Nacional e promovida como um espetáculo, pode gerar insegurança entre o público; provocar surtos no inconsciente dos mais ligados a questão dos transportes e; sensação de alívio em meio aos eleitores que apostam nas ações de justiçamento.
Manipulações recentes que mudaram os rumos da história
Os meio de Comunicação se organizaram em uma espécie de "Ministério da Verdade," para promover em 2014, a vingança do candidato perdedor Aécio Neves. Na narrativa acirrada a partir de 2013, as pautas bombas do então Presidente da Câmara Eduardo Cunha, associado ao ilegítimo Michel Temer, foram ocultadas, visando induzir a economia a uma crise sem precedentes na história.
E o direito do Povo de reeleger Dilma Rousseff com mais de cinqüenta e quatro milhões de votos, além dos dois milhões, até então bloqueados pela justiça eleitoral de São Paulo, foram tratados como lixo pela elite que mandou rasgar a Constituição com o impeachment, sem mérito, da Mandatária.
No cargo que jamais ocuparia sem dar um golpe, Temer começou a trabalhar no decreto dos portos dois dias após ser alçado para o cargo máximo da República, de onde deflagrou o botin planejado pelos liberais. Desmontou refinarias de petróleo, loteou terras e privatizou campos do pré-sal.
Boa parte dos choques impostos pela narrativa discricionária, visando imprimir a idéia de urgência na mudança do sistema de governo, que atingiu a soberania nacional e trabalhadores como as empregadas domésticas, foram protagonizados por Temer e seus aliados liberais.
Com o voto do então parlamentar Jair Bolsonaro, a Emenda 95 que congela por vinte anos investimentos na saúde, na educação e na segurança, foi aprovada, bem como o desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
A quem servem essas pessoas que se dizem democratas, mas votam contra direitos básicos dos trabalhadores?
O recuo diante da indução do medo
A idéia de "virar a página do golpe" de Estado, alimentou a sanha dos vendilhões que passaram a se desdobrar com maior soltura na tarefa de manipular noticiários para legitimar a idéia de normalidade democrática, prevendo as eleições, no entanto, subestimando ainda mais a sabedoria popular.
Diante da resistência dos trabalhadores minada inclusive no Partido dos Trabalhadores, os agentes da mídia golpista falam no fim da troca de ofensas entre os candidatos Fernando Haddad e Jair Bolsonaro. Em unir a centro esquerda com a direita, mas sem criticar a divulgação da denúncia do interno Antônio Palocci, feita pelo Juiz Sérgio Moro, a seis dias do primeiro turno das eleições, apesar de ter sido rejeitada pelo MPF.
Trata-se de uma contra-informação divulgada com a chancela da Justiça que prejudicou Haddad, reforçando a narrativa de insegurança usada para controlar eleitores.
A elite sempre se debruçou sobre teorias acadêmicas de contrôle das massas, mas a narrativa de mentiras repetidas que ocupou os meios de comunicação, inclusive os públicos, só pode ser comparada a "Solução final" do nazista Adolph Hitler.
Resta aos trabalhadores se organizarem, para a luta de classe que será acirrada após as eleições ou aceitar a cangalha e concordar com a absurda proposta de revogação da Lei Áurea.
---
*André Moreau, é Professor, Jornalista, Cineasta, Coordenador-Geral da Pastoral de Inclusão dos "D" Eficientes nas Artes (Pastoral IDEA), Diretor do IDEA, Programa de TV transmitido pela Unitevê – Canal Universitário de Niterói e Coordenador da Chapa Villa-Lobos – ABI – Associação Brasileira de Imprensa, arbitrariamente impedida de concorrer à direção da ABI nas eleições de 2016-2019 jornalabi.blogspot.com