MÁRIO AUGUSTO JAKOBSKIND -
A TV Globo é capaz de tudo para justificar que a economia anda as mil maravilhas. Foi o que aconteceu em uma das edições do telejornalismo da emissora da família Marinho. Na parte do noticiário econômico, a Globo admitiu que o desemprego cresceu, mas em seguida explicou que como “a economia está melhorando, muito desempregado que não estava procurando emprego voltou a fazê-lo, daí pode se explicar o aumento nos índices de desemprego.
Para enganar os telespectadores vale qualquer explicação, mesmo que ela não tenha condições de se justificar, como no caso para defender que tudo vai muito bem. Tal raciocínio vale tanto para o canal aberto como no de cabo, da Globonews.
O objetivo é sempre o mesmo, ou seja, convencer telespectadores que a política econômica adotada pelo atual governo é sensacional ou algo do gênero.
Só que as justificativas já começam a ser questionadas até pelos grupos mais fáceis de ser enganados. É que a realidade, como no caso do aumento do desemprego, fala mais alto e está deixando os analistas apavorados, porque sentem que o arsenal de mentiras está se esgotando a cada dia que passa.
Soma-se a isso as informações diárias sobre Luis Inácio Lula da Silva e outros próceres do PT, como nos casos mais recentes de Fernando Haddad e do ex-governador da Bahia, Jacques Wagner, dois políticos cotados para eventualmente substituir Lula no caso dele ser impedido de se candidatar.
No mesmo telejornal que tentou justificar o motivo do aumento do desemprego, foi dado grande destaque a mais uma denúncia contra Lula, desta vez sobre emails de Marcelo Odebrecht incriminando o ex-presidente. O curioso da história é que o chefão que cumpre prisão domiciliar tinha sido investigo por todos os poros e só agora apareceram mensagens eletrônicas acusando Lula. E então surge a pergunta: por que a própria Polícia Federal, que teve todo o tempo do mundo para encontrar os tais emails não os localizou e só agora o próprio Marcelo Odebrecht liberou a investida contra Lula, que ganhou grande espaço nos noticiários da Globo e demais espaços midiáticos useiros e vezeiros em adotar esse tipo de expediente? Será que Marcelo Odebrecht quer mais vantagens além daquelas já conquistadas com a sua colaboração? Não seria nenhuma surpresa.
Ao mesmo tempo que essa estratégia era adotada os referidos canais de televisão seguiam repetindo, sem considerações de qualquer espécie a não ser a repetição, elogios ao Ministro Raul Jungmann, galgado ao cargo de Ministro da Segurança Pública, para reproduzir exatamente o que está fazendo, ou seja, que o governo seguirá fazendo o que já vem fazendo há muito tempo, mas atualmente com mais reforço da pirotecnia.
Só resta aguardar o desenrolar dos acontecimentos e constatar que o exercício de pirotecnia segue com cada vez mais força, porque o governo espera poder influir politicamente na decisão dos eleitores que ainda estão escalados para votar nas próximas eleições de 7 de outubro.
Mas como pela estratégia montada o governo pode não obter os resultados que espera alcançar, daqui para frente tudo pode acontecer na medida que a intervenção federal não alcance os objetivos que o governo Temer e a mídia comercial já garantem que é um sucesso.
É no mesmo contexto midiático comercial de defesa incondicional da política econômica que se insere o apoio total e absoluto à intervenção federal militar no setor de segurança do Estado do Rio de Janeiro.
Por estas e outras que ainda podem surgir, fica valendo a advertência segundo a qual todo cuidado é pouco, porque estamos lidando com um governo integrado por figuras que já são conhecidas pelos brasileiros há muito tempo. Ou será que ainda paira qualquer dúvida quanto a figuras como Moreira Franco, Eliseu Padilha e tantos outros que auxiliam o lesa pátria Michel Temer?