REDAÇÃO -
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB), aponta os Jogos Olímpicos do Rio como culpado por parte da crise financeira da cidade. Enfrentando problemas nas mais diversas áreas, como saúde e transporte, a dívida do município bateu nos R$ 12 bilhões em 2017 - 41% desse total seriam motivados por gastos com obras de mobilidade urbana realizadas em função da Olimpíada.
Ao longo de 2017, hospitais municipais registraram superlotação, falta de insumos, equipamentos danificados e atrasos de pagamentos. Duas empresas de ônibus que atendem ao município deixaram de operar e outras estão em litígio com a Prefeitura. Crivella se justifica culpando a falta de recursos e a queda na arrecadação, agravados pelo alto custo das parcelas da dívida do município. O prefeito credita à Olimpíada boa parte dessa dívida.
A Secretaria Municipal de Fazenda informou que o valor devido pela cidade do Rio de Janeiro é da ordem de R$ 12 bilhões. “Cerca de R$ 5 bilhões são referentes a obras de mobilidade urbana realizadas na cidade em função dos Jogos Olímpicos”, diz uma nota oficial da pasta. A cidade do Rio de Janeiro foi responsável por cinco grandes obras de mobilidade urbana, a maior parte delas com conexão à Barra da Tijuca, onde está o Parque Olímpico. No Centro da cidade, foram implantadas duas linhas do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).
Durante a preparação dos Jogos do Rio, o ex-prefeito Eduardo Paes (PMDB) dizia que “a Olimpíada seria transformadora” e defendia os gastos com os Jogos. Segundo o ex-prefeito, a competição olímpica seria financiada com 60% de recursos privados. Paes rebateu o comentário de Crivella sobre a relação entre o endividamento do município e a realização dos Jogos do Rio-2016: “Não se contraiu um real de dívida para se construir qualquer estádio para a Olimpíada. Todos já estão pagos”, sustentou o ex-prefeito, por meio de sua assessoria. (via Rio247)
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Ex-governador do Amazonas está preso na PF em Manaus por desvios na Saúde
Reportagem de Juliana Cézar Nunes na Rádio Nacional no site da Agência Brasil.
O ex-governador do Amazonas José Melo e quatro ex-secretários de governo estão presos na Superintendência da Polícia Federal do Amazonas, em Manaus. Eles foram detidos novamente no final da tarde deste domingo (31). A Justiça Federal determinou as prisões após acatar pedido do Ministério Público para reverter decisão do juiz de plantão Ricardo Salles, que no dia 26 de dezembro libertou o ex-governador e os ex-secretários.
Mello e seus ex-secretários estavam detidos desde 21 de dezembro, acusados de desvio de R$ 50 milhões da saúde pública do Amazonas.
A juíza federal Ana Paula Serizawa considerou que não existem documentos ou fatos novos a serem considerados e que não cabe a juiz plantonista revisar decisão anterior. Com base nesses argumentos, a magistrada anulou a prisão domiciliar concedida aos acusados e determinou a expedição imediata dos novos mandados de prisão.
De acordo com a Polícia Federal, ainda não há previsão de transferência dos presos do prédio da superintendência para presídio federal. O ex-governador do Amazonas foi cassado em maio do ano passado por compra de votos na eleição de 2014. Na época, ele afirmou que considerava a decisão injusta e negou a prática de qualquer ato reprovável.