2.1.18

GREVE OU TRABALHO ESCRAVO

MIRSON MURAD -

Desde o dia 19 de dezembro, o patrulhamento operacional não é feito em Natal, Grande Natal e Mossoró. Os policiais e bombeiros militares estão cumprindo expediente nos quartéis e argumentavam que, portanto, as categorias não estavam em greve.
A Justiça do Rio Grande do Norte determinou ilegal a greve dos policiais estaduais. Os líderes da greve poderão até mesmo serem presos. Isso sem contar a multa diária. Entretanto, fica a dúvida cruel: trabalho escravo pode?

Como os grevistas irão para o trabalho sem dinheiro para o transporte? Fazendo cooper pelas ruas? De barriga vazia por não terem o que comer assim como sua família? Sem armas apropriadas, sem balas, sem viaturas?

Os policiais estão devendo a Deus e a todo o mundo (alugueres, luz telefone, gás, água no mercadinho da esquina). Não podem renovar a matrícula escolar de seus filhos, comprar remédios cadernos livros...

É apavorante constatar-se que a população potiguar está à mercê da criminalidade. Contudo, os defensores da ordem pública também são humanos e precisam sobreviver, defender e proteger sua família. Os salários do governador, de seu vice, do secretariado, dos deputados e vereadores estão - rigorosamente - em dia. Quanto aos caraminguás dos policiais... que se danem. Voltem ao trabalho, se virem!

O trabalho escravo está institucionalizado. Ou não?