REDAÇÃO -
Seis ex-ministros da Saúde divulgaram carta com apelo aos atuais gestores para que não levem adiante a proposta de reformulação da Política de Saúde Mental. “Fazemos um apelo aos atuais gestores do SUS: não permitam o retrocesso. Como incentivos à internação psiquiátrica ou desorganização do modelo de cuidados construído pela rede de atenção psicossocial”, escreveram. Na prática, a mudança poderá trazer de volta o horror das internações generalizadas, que transformaram hospitais em instituições que mais pareciam campos de concentração. Lugares onde um doente entrava e não saía mais, com sua permanência lá representando lucro para os hospitais privados. (via DCM)
Veja a íntegra da carta
Embalado pelo clima de defesa das liberdades democráticas e de direitos para todos, o Brasil, desde a redemocratização, ousou construir uma política pública de cuidados em saúde mental centrada no usuário, compreendido como sujeito de direitos, comprometida com o cuidado em liberdade.
Um vigoroso movimento social desde então tem pautado a Luta Antimanicomial como uma bandeira da sociedade. Ao longo de três décadas, o Ministério da Saúde sempre esteve aberto à interlocução com os movimentos sociais, implementando uma Política Nacional de Saúde Mental, consubstanciada nos ditames da Lei Federal no. 10.216, sancionada em 6 de abril de 2001, que devolveu a cidadania a milhares de brasileiros que foram confinados por anos, décadas ou mesmo toda sua vida em manicômios.
Neste período, o Sistema Único de Saúde (SUS), a partir dos esforços empreendidos pelo Ministério da Saúde em parceria com estados e municípios, implementou uma rede aberta de cuidados em saúde mental em todo o país. A rede de cuidados foi remodelada com a criação de mais de 3 mil serviços que vêm substituindo a lógica do cuidado asilar — dentro dos manicômios/hospitais psiquiátricos — pelo cuidado singular e aberto nas redes em cada território.
Uma política pública reconhecida e premiada internacionalmente, citada como referência pela ONU. Uma política de Estado, que tem sido sustentada por diferentes governos, sob o comandado de distintas forças políticas, que não pode retroceder. Fazemos um apelo aos atuais gestores do SUS: não permitam o retrocesso. Como incentivos à internação psiquiátrica ou desorganização do modelo de cuidados construído pela rede de atenção psicossocial.
Como gestores consideramos absolutamente inaceitável que diante das atuais dificuldades financeiras que comprometem gravemente a gestão dos serviços públicos, os gestores estaduais e municipais aceitem dar reajuste a hospitais privados, e novos aportes a entidades como comunidades terapêuticas em detrimento da rede pública de CAPS e dispositivos comunitários de atenção.
Sigamos aperfeiçoando e avançando na perspectiva de um cuidado que respeite os direitos humanos e amplie a cidadania dos brasileiros e brasileiras com transtornos mentais!
Assinam os Ministros da Saúde:
Arthur Chioro (2014-2015)
Alexandre Padilha (2011-2013)
José Gomes Temporão (2007-2010)
Agenor Alvares (2006-2007)
Humberto Costa (2003-2005)
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Por que a Globo defende dia e noite a Reforma da Previdência: é dona da Mapfre
Do Conversa Afiada:
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De amigo navegante que não perde uma manifestação da Cegonhóloga a favor da Reforma da Previdência que cura até dor de corno:
A maior empresa de previdência privada no Brasil pertence ao grupo Mapfre. E o grupo Mapfre pertence à Globo. Entendeu agora por que a Globo é a favor da reforma da previdência?



