ROGER MCNAUGHT -
A manifestação de ontem, dia 30 de junho, que deveria ter sido uma
festa em prol da democracia e em defesa dos direitos do trabalhador não foi
como o esperado na caminhada pela Avenida Presidente Vargas, no centro da cidade do Rio
de Janeiro.
Diante de uma manifestação numerosa, a ponto de lotar várias
faixas da avenida, provocadores infiltrados iniciaram tumultos com
manifestantes, imediatamente tendo seu “suporte” dado por homens da polícia
militar que prontamente dispararam e agrediram manifestantes em defesa dos
provocadores.
Esta situação de tensão desnecessária se repetiu por algumas
vezes até que o ato se aproximou da Central do Brasil e um desses provocadores
iniciou uma onda de tumultos, incitando e desafiando diversos manifestantes de
forma debochada e agressiva. Não
satisfeito, o homem identificado como Luiz Sergio Teotonio da Fonseca Melo Júnior se
dirigiu a profissionais de imprensa de forma agressiva, agarrando à força uma
fotógrafa presente (veja a cena abaixo), seguindo outros membros da
imprensa com gestos agressivos, culminando em uma agressão mais séria a um colega que teve
seu equipamento destruído e outra parte do equipamento subtraída durante a agressão.
Não bastando as provocações, a todo momento pessoas
circulando o provocador tentavam intimidar os presentes com gestos que
simulavam armas de fogo. Inicialmente o
provocador se identificou como policial, mas depois descobriu-se ser um lutador
profissional que sem motivo aparente estava tentando desestabilizar os
profissionais de imprensa que estavam trabalhando durante a manifestação.
Após toda essa provocação e violência desmedida,
manifestantes furiosos com tamanha violência gratuita iniciaram manobras de
autodefesa e barricadas, incendiando detritos e sacos de lixo por onde
passavam.
Vale ressaltar que o ato estava pacífico e ordeiro enquanto
os provocadores – anormalmente amáveis com a polícia militar e recebendo de
policiais a mesma amabilidade – faziam de tudo para implantar caos e violência,
até que manifestantes recorreram à técnicas de defesa como forma de se
resguardar de mais provocadores e pessoas violentas estranhas à manifestação.
Embora não seja o bastante diante de tal ataque obsceno
contra a liberdade de imprensa, fica o total repúdio à atitude deplorável desse
“lutador” que perdeu totalmente a luta pela sanidade, agindo como uma besta
totalitária que desconhece os princípios da convivência e do respeito ao
próximo e ao trabalho de profissionais que se arriscam diuturnamente para levar
a informação à população.
Após essa onda de terror, diversos profissionais de imprensa
compareceram à 9ª Delegacia de Polícia (Catete) onde os profissionais agredidos
prestaram depoimento. O Sr. Luiz foi
liberado e deixou a delegacia com um sorriso irônico, o que aumenta a
indignação daqueles que defendem o direito à segurança no trabalho da imprensa.
Não nos calaremos, não perdoaremos, não esqueceremos.