20.7.17

NÃO POSSO DEIXAR DE FAZER A MINHA PARTE

WILSON DE CARVALHO -


O Rio de Janeiro vivendo um terror que não para de se agravar, muitos morrendo nas ruas e hospitais-matadouros ou por falta de atendimento e dinheiro para a compra de medicamentos, incluindo os servidores sem salários, desesperados, alguns passando fome e também morrendo, chorando por justiça. Tudo mostrado repetidamente pelas emissoras de TV.

Enquanto isso, na ALERJ e em Brasília, nada se faz. Pior: o “despresidente” Temer não para de “negociar” a fim de evitar o processo de impeachment. Ou seja: não falta dinheiro. Afinal, pagamos os juros e impostos mais altos do mundo. Aqui, acreditem, o “desgovernador” Pé Grande resolveu descansar em uma clínica, a peso de ouro. Lá, na cidade-símbolo do roubo, surge alguém para falar que o Rio precisa de ajuda: o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Tentando passar que se preocupa com o nosso terror. Na verdade, apenas para evitar o crescimento do prefeito Marcelo Crivella, que resolveu dar um basta, pedindo segurança em reunião com o governador em exercício, Francisco Dorneles.

Esses políticos, salvo raríssimas exceções, não têm nada a ver com o povo em geral. E o próprio país. Não têm identificação alguma. Pior: se corrompem muito. Roubam muito. Repito: com raras exceções. Por isso, não há dúvida: sem reforma política nada irá mudar. As próprias leis, inclusive, pois são feitas por eles mesmos. Acorda, sociedade. Quanto a mim, cumpri mais uma vez a minha parte, mesmo sabendo dos prejuízos.

PRENDERAM ALGUÉM?

Repito o que afirmei antes da interdição do estádio do Vasco e, pior para o próprio futebol, a realização do jogo com o Santos com portões fechados no Engenhão: o problema é cultural. Da falta de leis mais rígidas, tolerância zero nas próprias ruas onde estão matando por nada. E os baderneiros mostrados pela própria TV? Foram presos? Os estádios nada têm a ver, a não ser que desabem.

Por acaso também penalizaram Internacional e Palmeiras pelas badernas e também uma morte de um torcedor na rodada anterior do Brasileiro? Com uma agravante: o jogo do Palmeiras foi realizado com torcida única. Temos até torcida para exportar violência. Ou já esqueceram que torcedores do Corinthians mataram um adolescente boliviano em La Paz e por isso ficaram presos por seis meses. Não interditaram esses estádios.

O problema não é de estádio, insisto, tanto que o Vasco enfrentou o Fluminense também em São Januário, com público maior que o de sábado, contra o Flamengo, e apenas uma ocorrência que valeu a prisão de um torcedor tricolor que tentava arrebentar um sanitário. E digo mais: só puniram o Vasco por força da repercussão internacional. Em última análise: é o Brasil caótico em todos os níveis.