JEFERSON MIOLA -
A denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal contra Michel Temer pelo crime de corrupção contém uma contundência e gravidade tais que limita as possibilidades de sobrevivência do presidente usurpador e da sua quadrilha.
Dessa maneira, a primeira das quatro denúncias do Temer ao STF – além de 1.corrupção, em seguida ele será denunciado por 2.organização criminosa, por 3.obstrução de justiça e por 4.prevaricação – é um fator que contribui para a abreviatura desta tragédia que ele representa na história do Brasil.
Já na primeira denúncia Temer fica emparedado entre três alternativas: ou renuncia, ou se suicida, ou é convertido em réu pela Câmara dos Deputados. Poderá ocorrer, obviamente, a ocorrência simultânea de duas entre as três alternativas.
A Câmara, aquela “assembléia geral de bandidos comandada por um bandido chamado Eduardo Cunha [o comparsa do Temer]” que depôs a Presidente Dilma sem nenhum fundamento legal e constitucional, incitará uma guerra civil se agora não autorizar o julgamento de um bandido como Temer pelo STF.
O rápido julgamento do Temer e da sua cleptocracia – “governo de ladrões”, em sentido grego – é uma exigência democrática e republicana mínima, da qual é impossível recuar.
Se o PSDB, que é o sócio-maior e sustentáculo desta indecência, continuar garantindo o oxigênio para a sobrevivência da organização criminosa, estará contribuindo para o incêndio do país.
A derrocada do Temer é prova de que a agenda “Fora Temer e diretas já!” está se confirmando como a única alternativa capaz de reconectar o Brasil com o futuro.
FHC recebeu da Folha de São Paulo, nesta segunda-feira 26/6, a generosa oportunidade de publicar um artigo de página inteira na qual ele – como aquele jogador oportunista que só aceita cobrar pênaltis sem goleiro – finalmente, depois de muito tempo e hesitação, pediu a Temer o gesto de “nobreza” da renúncia.
FHC, todavia, quer resolver a crise sem a presença do povo, ou seja, ele quer definir o sucessor do Temer através da eleição indireta, na “assembléia geral de bandidos” – local onde ele, FHC e a classe dominante, idealizam recompor o bloco golpista para continuar as reformas antinacionais e antipopulares em obediência às ordens que recebem diretamente dos EUA.
Para FHC, depois da decisão do TSE [manipulada por Gilmar Mendes], “não há como questionar legalmente o mando presidencial e fazer a sucessão por eleições indiretas”. Num sociologuês tucano-reacionário, FHC diz que forçar a realização de eleições diretas “teria enorme custo para a democracia” [sic].
O fim do governo Temer debilita o golpe, porque expõe as vísceras mais podres da bandidagem que tomou de assalto o poder no Brasil. O “Fora Temer” tem hora e data marcada para acontecer.
O desafio para a resistência democrática e para a luta popular é fazer do fim do governo Temer o encerramento dos retrocessos trabalhistas e previdenciários impostos por interesses estrangeiros.
A agenda das diretas já! está agora, mais do que nunca, na ordem do dia.