EMANUEL CANCELLA -
Depois de mais de dois anos de investigação, após destruir a economia nacional, desempregando mais de dois milhões de pessoas e jogar na lama a democracia brasileira, a operação vai investigar outros partidos, diz o chefe da força tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol.
Levaram a sociedade a acreditar que todos os partidos estavam sendo investigados, principalmente os citados na operação, como é o caso do PSDB. Mas até agora parece que eles só queriam atingir Lula, o PT e desmoralizar a Petrobrás, facilitando assim sua entrega e isso tudo, com a mídia manipulando o povo, fazendo esse descalabro todo parecer normal.
O procurador Deltan Dallagnol deveria ser punido por expor a imagem do MPF já que, durante meses, usou a máquina do MPF e da Polícia Federal para perseguir a um ex-presidente da República e sua esposa. Gastou milhões de reais de dinheiro dos contribuintes e resultou na denúncia estapafúrdia, que virou piada nos meios jurídicos, declarando ao vivo na TV Globo: “ Não tenho provas mas convicção de que Lula é o comandante máximo da corrupção na Petrobrás”.
Primeiro, para acusarmos qualquer pessoa, torna-se imprescindível a prova do crime e, segundo, quem na sociedade vai acreditar na convicção de um procurador que, por exemplo, vive a transgredir a lei pois recebe salário acima do teto? Isto porque os procuradores recebem muito acima do teto salarial estabelecido pela Constituição Federal, e o MPF deve à sociedade este enquadramento e nada faz. Além dos salários magnânimos, os procuradores recebem auxílio educação e moradia, algo em torno da bagatela de dez salários mínimos por mês.
Na entrevista à Folha de 04/02/17 Dallagnol afirmou: “Odebrecht levará Lava Jato a outros partidos e Estados (1)”. Ele também diz que a investigação vai focar na Petrobrás e que vai investigar o “Markitng da Petrobrás”. Claro que só na gestão do PT de Lula e Dilma, óbvio. Porque a Lava Jato, de forma escancarada, protege a gestão tucana de FHC na Petrobrás e do também tucano presidente da empresa Pedro Parente.
Agora, com o golpista Michel Shell Temer e o PSDB mandando no país, os negócios suspeitos de Pedro Parente nem são investigados e são de valores muitíssimos superiores aos do chamado “Petrolão”. O chamado “Petrogolpe” de Pedro Parente inclui “venda” sem licitação dos dutos do Sudeste e entrega da Liquigás, de fábricas de fertilizantes e de biocombustíveis. Parente tirou a Petrobrás da Petroquímica, fertilizantes, gás e biocombustíveis. E ainda mandou a construção naval para o exterior e agora navios e plataformas vão ser construídos fora do país gerando emprego e renda para os gringos.
Parente, via Agência Nacional de Petróleo, anuncia dois leilões de pré-sal em 2017. Isso equivale a entregar duas Vale do Rio Doce!
E a Lava Jato faz ouvido de mercador, mesmo que tudo isso tenha sido denunciado ao MPF em outubro de 2016 (3). Aliás, o MPF respondeu, em dezembro do mesmo ano, intimando o autor da denúncia, a pedido do chefe da operação juiz Sérgio Moro, sob a acusação de crime contra honra do servidor público (4). Resultado, além de o MPF não investigar a entrega por Parente dos bens do povo brasileiro e a corrupção na era do FHC ainda tenta calar a sociedade que se rebela contra esse conluio.
Isso porque, se no golpe de 1964, usavam armas para nos calar, agora covardemente usam o poder institucional. Outra tentativa ocorre quando a direção da Petrobrás interpelou juridicamente o Sindipetro-RJ, pedindo explicações aos diretores e do autor em particular, de outra denúncia acerca da venda a preço de um refrigerante o barril, e sem licitação, de Carcará, campo gigante do pré-sal.
Sem contar que ainda proibiram a Polícia Federal de fazer criticas à Lava Jato (2).
Fonte:
*Emanuel Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e autor do livro “A outra face de Sérgio Moro”