Por MIGUEL SALABERRY FILHO - Via UGT -
Presidente do SECEFERGS e Secretário Nacional de Relações Institucionais da União Geral dos Trabalhadores (UGT). |
Com o pretexto de incrementar o ajuste fiscal e fingir que socorre os governos estaduais endividados, o governo federal está cobrando contrapartidas que exigem mais sacrifício da população. No caso gaúcho, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul está na mira da equipe econômica, que desconsidera a importância do Banrisul para a economia do extremo Sul do Brasil.
Criado, em 1928, por Getúlio Vargas, na época “presidente” do Estado, o Banrisul tinha a finalidade de financiar a agricultura sul-riograndense e também para a catarinense. O banco é considerado um patrimônio dos gaúchos e dá mostras constantes de vitalidade. No balanço anual divulgado em 2015, o Banrisul registrou R$ 838 milhões de lucratividade, performance que afasta a possibilidade de ele ser taxado de deficitário.
Em valor de ativos, a instituição financeira ocupa a 11ª posição entre os bancos nacionais, e o sétimo lugar entre os de varejo, se não entrarem na lista os bancos de investimento (BNDES, Pactual, Safra e Votorantim), mesmo sendo regionalizado, com relativamente poucas agências fora do Sul do Brasil. Os ativos totais do banco somavam R$ 61,4 bilhões, em março de 2015.
PRESENÇA EM TODO TERRITÓRIO GAÚCHO
Presente em 347 municípios do estado, em 87 deles é o único banco existente e à disposição de moradores e visitantes. As 536 agências estão espalhadas no território gaúcho, além de oferecer cerca de 700 postos de atendimento.
A abrangência do Banrisul é impressionante, atingindo 98,5% da população gaúcha, com participação de 98,9% no Produto Interno Bruto do estado, conforme o Balanço Patrimonial das Estatais.
Em setembro de 2016, os ativos totais atingiram R$ 67.888 milhões. A carteira de crédito registrou, na mesma data, R$ 30.147 milhões. O patrimônio líquido foi de R$ 6.472 milhões. Já o lucro líquido, em setembro de 2016, ficou em R$ 495 milhões. Os investimentos foram de R$ 969 milhões. Até setembro de 2016, o Banrisul possuía 11.255 empregados.
Tanta pujança deve ser defendida com a força que tipifica os farroupilhas, que bradam aos quatro cantos do estado que “esta terra tem dono!”. A mobilização pela preservação do Banrisul em poder dos gaúchos está na ordem do dia e será determinante para a recuperação do estado sul-riograndense.
*Miguel Salaberry Filho, Presidente do SECEFERGS e Secretário Nacional de Relações Institucionais da União Geral dos Trabalhadores (UGT)