WILSON DE CARVALHO -
A UERJ (Universidade do Estado do Rio) quase fechando; Complexo Esportivo do Maracanã, não apenas o estádio, ou seja, o Maracanãzinho, o Parque Júlio Delamare, de natação, o Célio de Barros, de atletismo, além de uma das melhores escolas do Estado e o Museu do índio, todos abandonados e convivendo com saques e mendigos; UPPs e UPAs degradadas; Teleférico do Alemão parado por tempo indeterminado; novo Museu da Imagem e do Som, com obras também desnecessárias e paradas há mais de um ano, em Copacabana, distante do Centro Cultural do Rio; Teatro Municipal também humilhado, sem manutenção e com funcionários e artistas sem salários, problema também da maioria dos servidores.
Em qualquer país sério, o governador Pezão, ex-secretário de obras do presidiário Sérgio Cabral, já estaria, no mínimo, afastado do cargo. E acreditem: o governador ainda teve a ousadia de não permitir a volta do Maracanã ao comando do município, a pedido do prefeito Marcelo Crivella, que deseja fazer um governo como deveria ser: com dignidade e cuidando do patrimônio e das pessoas.
Por que o Ministério Público nada faz? A própria ALERJ que tem poder de cassar o mandato do governador? Sem entrar no mérito da questão, por que o Ministro de Esportes, Marco Antonio Cabral, mesmo sendo filho do ex-governador, também não age? Quem mais poderia punir os autores dessas verdadeiras barbáries? A Polícia Federal? A Justiça? Acredito que ainda não seja o momento. Quem? Em respeito à dignidade e à sociedade?
A empreiteira agrediu o esporte mundial ao abandonar o então orgulho do esporte. E mais: praticamente sem condições para o próprio Campeonato Estadual, o que fez o presidente da FFFERJ (Federação de Futebol do Estado do Rio), Rubem Lopes, tomar a iniciativa de tentar resolver o desrespeito imperdoável.
E se lembrarmos que gastaram um bilhão e trezentos milhões em um país de fome e de extermínio na área da saúde, para derrubá-lo desnecessariamente e transformá-lo em apenas um grande ginásio, a revolta aumenta ao sabermos o motivo, segundo a Lava Jato: para o ex-governador e empreiteiras, sob a liderança da Odebrecht, faturarem. Onde estão as autoridades deste país?
Estariam satisfeitas apenas com as prisões do casal Cabral e de Marcelo Odebrecht? Como pode Luís Fernando Pezão ainda ser o governador e a Odebrecht, por motivos até confessados em delação premiada à Lava Jato, continuar concessionária do Maracanã e da Supervia, pessimamente administrados?