10.1.17

ALCKMIN SE RECUSOU A RECEBER INTIMAÇÃO DA LIMINAR DA TARIFA, DIZ OFICIAL DE JUSTIÇA; O LIVRO DE AUTOAJUDA QUE FAZ VOCÊ ENTENDER A MENTE DE JOÃO DÓRIA

REDAÇÃO -


O oficial de Justiça João Carlos de Siqueira Maia relatou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) que o governo Geraldo Alckmin (PSDB) se recusou a receber o mandado de intimação na última sexta-feira, 6, com a decisão liminar que suspendeu naquele dia o reajuste na tarifa de integração de ônibus com o trem e o metrô.

O governo Alckmin ignorou a decisão judicial e promoveu o aumento de 14,8% no bilhete integrado no domingo, 8, alegando que não havia sido notificado da liminar. “Não houve nenhuma notificação. Portanto, não houve nenhuma exigência”, disse Alckmin nesta segunda-feira, 9, ao ser questionado sobre o descumprimento da decisão do juiz Paulo Furtado de Oliveira Filho.

Em certidão anexada ao processo, contudo, o oficial de Justiça afirma que foi até o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no Morumbi, zona sul da capital, às 17h20, para intimar Alckmin da decisão, mas foi informado pelo assessor especial  Pedro Henrique Giocondo Guerra que o governador “estava ausente, em agenda externa, sem previsão de chegada”.

O funcionário do Judiciário diz ainda que informou Guerra sobre o “inteiro teor do mandado e do deferimento da liminar” e que tentou “deixar a contrafé com o assessor”, mas que ele “não quis recebê-la” por orientação do procurador-geral do Estado, Elival da Silva Ramos. O oficial relata ter aguardado Alckmin até as 18h, mas o governador não apareceu. “Face ao exposto, devolvo o presente mandado ao cartório, para os devidos fins de direito”, conclui. (via Estadão)

***
O livro de autoajuda que faz você entender a mente de Dória

A jornalista Eliane Brum descobriu o livro que inspira João Dória: é um best-seller de autoajuda chamado As 48 Leis do Poder. O autor é o americano Robert Greene. Eliane publicou um artigo sobre o livro no site do El País. Abaixo, um trecho:

“Faça os outros trabalharem por você, mas sempre fique com o crédito. Use a sabedoria, o conhecimento e o esforço físico dos outros em causa própria. Não só essa ajuda lhe economizará um tempo e uma energia valiosos, como lhe dará uma aura divina de eficiência e rapidez. No final, seus ajudantes serão esquecidos e você será lembrado. Não faça você mesmo o que os outros podem fazer por você.

Esta é a Lei 7 de um livro que se tornou obrigatório para compreender o novo prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). Há mais 47 mandamentos desta estirpe. A leitura pode ajudar seus eleitores a entender o homem a quem deram o poder de comandar a maior cidade do Brasil e a população a compreender esse tipo ascendente de político – e ascendente não só no Brasil, mas no mundo, como a vitória de Donald Trump demonstrou – que se anuncia como não político.

Em seu discurso de posse, em 1 de janeiro, Doria dirigiu-se a seu padrinho, Geraldo Alckmin (PSDB), e citou a lei 28: “E finalizo, governador, citando uma frase de Robert Greene, que escreveu, o senhor que gosta de boas citações, As 48 Leis do Poder. Disse Green: ‘Sejamos ousados, qualquer erro cometido com ousadia é facilmente corrigido com mais ousadia. Todos admiram os corajosos. Ninguém louva os covardes’”.

É comum políticos citarem frases e autores ao tomar posse de seus cargos públicos. Sempre dá “um lustro”. Mas como escolher, entre toda a literatura mundial de ficção e não ficção, o conhecimento impresso através dos séculos, qual é o livro e o autor que merecem ser eleitos tanto para representar a apoteose pessoal de cada um como para ilustrar o momento histórico diante das câmeras?” (via DCM)