REDAÇÃO -
Um ministro do Supremo Tribunal Federal “já fez as contas” e acredita que as colaborações de 77 pessoas ligadas à Odebrecht geraram anexos ao processo da Lava Jato. “E, além de políticos e empresários, citam os nomes de membros do Judiciário e de jornalistas”, informa o Conjur nesta quarta (28). O site não revelou a identidade do magistrado.
O portal lembra que a primeira delação vazada, a de Cláudio Melo Filho, “foi o bastante para estremecer o governo, levando o assessor especial do presidente Michel Temer, o advogado José Yunes, a pedir as contas, depois de ser citado pelo delator.”
O trecho da delação publicado pela imprensa gerou insegurança em relação a leis e medidas provisórias aprovadas pelo governo Lula e Dilma, diz a revista eletrônica. O senador Romero Jucá, por exemplo, foi citado como articulador de uma MP para beneficiar empresas com beneficíos fiscais. Ele teria cobrado e recebido 5 milhões de reais e distribuído esses valores a aliados do PMDB.
As delações já foram entregues ao relator da Lava Jato no STF, o ministro Teori Zavascki, e aguardam as homologações. (via jornal GGN)
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Planalto troca obras de Portinari por Romero Britto
A poucos dias do fim, 2016 deixa mais um golpe para a população de Brasília. Com o encerramento do contrato de comodato, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) autorizou, em decisão acertada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e pela Diretoria de Documentação Histórica (DDH) do gabinete da Presidência da República, a devolução de 48 obras de arte do acervo do Palácio do Planalto e do Alvorada ao Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro (MnBA). Com a decisão, a cidade perde relíquias de Cândido Portinari, Djanira da Mota, Alberto da Veiga Guignard, Arcângelo Ianelli, Eliseu Visconti, Maria Leontina, Rodolfo Amoedo e Henri Nicolas Vinet, destinadas à voltar ao lugar de origem, onde já existem mais de 70 mil itens artísticos.
Além das pinturas, estudos, desenhos e porcelanas, há também esculturas e mobiliários do século 18 e 19, grande parte trazidos para a cidade em momentos distintos a partir da década de 1950. O empréstimo durou de 1956 a 1991 e foi prorrogado até o fim deste ano. As peças que, em grande parte ficavam abertas a curiosos, turistas e à população do DF, serão substituídas por outras do acervo da Presidência e do Banco Central (BC). De acordo com o Ibram, a devolução será feita em duas etapas. Até o fim da semana serão devolvidas 34 pinturas e o conjunto de seis objetos do acervo de arte decorativa. Na segunda leva, prevista para janeiro, voltarão ao Rio oito peças de mobiliário.
A atitude do Planalto e do Museu de Belas Artes revoltou Maria Elisa Costa, herdeira do urbanista Lucio Costa, um dos “inventores” de Brasília. Em carta aberta nas redes sociais, a arquiteta fez um apelo para que Kátia Bogea, atual presidente Iphan — cargo que Maria Elisa ocupou durante 15 anos — intervisse para que as obras permanecessem em Brasília, onde se enfrenta um momento delicado na cultura, com o fechamento de importantes equipamentos. Exemplo disso é a interdição do Museu de Arte de Brasília, há mais de 10 anos.
“O que fez nosso JK? Conseguiu que o Museu de Belas Artes da antiga capital lhe cedesse uma bela coleção de obras, a serem colocadas nos Palácios de Brasília, como a dizer – aqui, Poder & Arte convivem, cotidianamente. Com o tempo, essas obras passaram, de fato, a ‘pertencer’ a Brasília. A ideia de JK criou raiz. Retirá-las seria desmerecer a sensibilidade e a sabedoria de quem foi capaz de construir, em três anos, nossa capital…. Ele não merece!”, desabafou Maria Elisa. (informações Correio Braziliense)