18.12.16

CRISE DOS SERVIDORES ESTADUAIS SÓ SERÁ RESOLVIDA COM ANULAÇÃO DA DÍVIDA

JOSÉ CARLOS DE ASSIS -


Insisto com os servidores públicos do Rio que se preparem para sair às ruas com suas famílias neste domingo com o objetivo de exigir, pacificamente, do Governo federal, uma saída para a crise do Estado. Desistam de pensar que a crise será resolvida pelo governo estadual ou pela Assembleia Legislativa. Trata-se de falta de dinheiro. Nem o governo estadual nem a Assembleia tem dinheiro para atender às necessidades essenciais do Estado, inclusive os salários dos servidores. Onde existe dinheiro é no Tesouro federal. E lá, quando não há dinheiro, o governo simplesmente emite dívida pública, coisa que o Estado não pode fazer.

Os servidores, portanto, estão exercendo pressão do lado errado. O governador do Estado é incompetente e pusilânime, mas não fabrica dinheiro. A única coisa que ele faz, estupidamente, é correr o chapéu em Brasília, sem qualquer esperança objetiva de receber ajuda. É que a política do Governo federal, comandada pelo ministro da Fazenda Henrique Meirelles, é justamente a de estrangular os Estados federativos. Todos, na estratégia desse Governo, devem reduzir ao mínimo suas despesas, cortando investimentos e degradando serviços públicos. Tudo para que sobre mais dinheiro para o sistema bancário especulativo.

É ingenuidade dos servidores fazerem manifestações na Assembleia em defesa de direitos já que os direitos estão sendo extinto no plano federal. A PEC-55/241, que muita gente de nível superior ainda ignora, congela, por exemplo, salários municipais e estaduais de professores por dez anos, e federais por 20 anos. Isso já vale a partir do fim do ano que vem. Se se comportarem como verdadeiras lesmas, ou como ignorantes de carteirinha, os servidores merecerão a degradação que lhes está sendo imposta. Sua única saída, portanto, é ganhar ruas e praças, pacificamente, para derrubar a quadrilha que ocupa o Planalto e anular a dívida dos Estados junto ao Governo federal, por ilegítima.

P.S. Já estou de saco cheio com esse noticiário da Lava Jato, prendendo gente ilegalmente a torto e a direito, e chamando a atenção para a banalidade estrutural da corrupção quando o país se desmancha numa terrível crise econômica e de desemprego. Esses espetáculos midiáticos do juiz Moro e de seus asseclas procuradores de Curitiba servem apenas para nos desviar dos assuntos relevantes, entre os quais a ditadura financeira que nos está sendo imposta pela banca, autora espiritual da PEC-55/245, de degradação do serviço público para os pobres e de concentração de lucros para o sistema bancário.