18.12.16

A CONSPIRAÇÃO BENEVOLENTE

JOSÉ CARLOS DE ASSIS -


Coloco-me como cúmplice de uma conspiração benévola que se destina, a partir da sublevação pacífica das massas, a colocar na rua a elite corrupta que tomou conta do Palácio do Planalto transformando-o num covil de ladrões.

Faço isso com a maior serenidade. Sem medo. Exponho-me ao risco do processo. O fato é que não tenho medo de ser processado porque, diante do que a própria imprensa corrompida apurou, não há crime em dizer que um presidente da República deu cobertura a interesses privados de um de seus principais assessores em detrimento da posição honrada de seu ministro da Cultura. Lá pelo tempo da ditadura, quando havia menos corrupção que hoje, denunciei a corrupção existente e fui processado pela Lei de Segurança Nacional. Ganhei, porque invoquei a exceção da verdade e os meus acusadores desistiram do processo.

Temos todos que convocar o povo para derrubar a quadrilha dos impostores  na Presidência da República. Já passou o momento para isso. A gota d’água foi a aprovação, sob pressão do Executivo, da PEC-55/241, e do pacote da infâmia. O povo não sabe o que é isso. É melhor que não saiba. Se soubesse as multidões poderiam se lançar desordendamente nas ruas e exigir a cabeça física dos responsáveis por essa ignomínia que tenta amarrar o Brasil em 20 anos de depressão. A santa ignorância do povo, enquanto não prevalecer uma proposta coerente de retomada do desenvolvimento do país, por certo que nos evitará uma guerra civil.

Mas que essa ignorância não seja eterna. Que seja lentamente minimizada no sentido de possibilitar ás massas um conhecimento mínimo do que está acontecendo. Estamos sendo escravizados pela banca internacional. Ela é tão poderosa que liquidou com a própria Engenharia Nacional no rastro da corrupção na cúpula da Petrobrás. Os fâmulos dos banqueiros estimularam as denúncias contra os empreiteiros para que esqueçamos a corrupção suprema de uma taxa de juros exorbitante que transfere a eles, anualmente, mais de 600 bilhões de reais. Os empreiteiros, sim, são culpados. Entretanto, deixam um legado físico em Itaipu, Tucuruí, Belo Monte, Paulo Afonso e centenas de hidroelétricas e outras grandes obras no país. Quais, exatamente, são os legados dos banqueiros? Nada.

Pois há um jeito de acabar com isso. Ocupando ruas e praças. Quanto às políticas a serem implementadas depois dessa limpeza, confiem no conselho de Requião: em um mês será possível virar de ponta cabeça a economia brasileira e entrar numa agenda de retomada do desenvolvimento já, devolvendo condições de vida e novas esperanças aos brasileiros. O Brasil não só é viável como poderá viabilizar o resto da América Latina. Com o Papa Francisco em Roma, com Trump nos EUA com sua independência de Wall Street, com Li Keqiang na Ásia produtiva mediana,  com  Vladmir Putin na Ásia profunda precisamos de alguém no Brasil para contribuir ao mundo acabando com o neoliberalismo e à disposição do Ocidente desenvolvido em provocar guerras. A humanidade entrará numa nova era de paz e de prosperidade, fora do domínio absoluto do capital financeiro especulativo, como acontece hoje.