REDAÇÃO -
Réu por peculato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ainda presidente do Senado (só exerce a função até sexta-feira), Renan Calheiros (PMDB-AL), era uma das mais proeminentes figuras na “Festa dos Canalhas” realizada no último sábado (17), em Maceió (AL). Trata-se de uma confraternização com viés natalino que, nos últimos anos, tem reunido a elite alagoana. Mas, como noticiou a coluna “Expresso”, assinada pelo jornalista Murilo Ramos no site da revista Época, o festejo tem perdido prestígio, deixando de ser tão atrativa para políticos, empresários, jornalistas e demais membros da plutocracia local.
Já tradicional em Alagoas, a confraternização é promovida pelo médico cardiologista José Wanderley Neto, que também é tesoureiro do PMDB alagoano e já foi vice-governador de Alagoas. Alvo da Catilinárias, etapa da Operação Lava Jato deflagrada em dezembro, Wanderley foi investigado por suspeita de irregularidade na movimentação financeira do partido no estado. Com o espaço que o caso ganhou no noticiário, a edição de 2015 do convescote registrou número reduzido de convivas endinheirados. Com mais de dez processos para enfrentar no STF, Renan não estava entre eles.
Como aquela coluna também noticiou à época, a festa de 26 de dezembro “foi um fiasco”. “Ao contrário dos anos anteriores, no encontro ocorrido no último sábado (26), não compareceu uma personalidade política do estado. Ninguém. O presidente do Senado, Renan Calheiros; seu filho, o governador Renan Filho; o senador Fernando Collor de Mello [PTC-AL]; o ex-governador Teotônio Vilela não deram as caras”, informou Murilo Ramos no ano passado.
A coluna acrescenta que a explicação para o baixo quorum pode ter tido origem dez dias antes da festa de 2015, em 16 de dezembro, quando Wanderley foi surpreendido com a diligência da Polícia Federal. Na ocasião, os agentes da força-tarefa da Lava Jato fizeram ações de busca e apreensão na casa do tesoureiro e na sede do PMDB na capital alagoana. (via Congresso em Foco)
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Em meio à crise, vereadores de São Paulo aprovam aumento dos próprios salários
Na última sessão do ano, na tarde de hoje (20), vereadores de São Paulo, retomaram a votação e aprovaram aumento de 26,3% sobre seus salários. Com isso, os salários dos vereadores passaram de R$ 15 mil para cerca de R$ 19 mil. A reivindicação entrou na pauta por solicitação de 29, dos 55 vereadores, depois de a sessão do dia 16 ter sido encerrada sem acordo.
Foram 30 votos a favor e 11 contrários. O reajuste foi articulado pela Mesa Diretora da Casa, sob o argumento de que os salários estão congelados há oito anos. O reajuste, em meio à crise econômica que atinge o país e a capital paulista, é polêmico. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a presidência da Câmara defende que o reajuste ficou abaixo da inflação a contar desde o último aumento, calculada em aproximadamente 32%.
O Psol protocolou requerimento contra a votação do aumento salarial dos vereadores paulistanos. “Não é aceitável que se aumente os já super salários dos vereadores paulistanos em um momento de precarização dos serviços públicos e crise. Tal projeto atenta contra os princípios da impessoalidade e da moralidade e da eficiência da administração pública conforme disciplina o artigo 37, caput. da Constituição Federal vez que é votado em momento posterior às eleições municipais sendo de conhecimento de todos que parte dos proponentes configura a próxima legislatura”, diz o documento, assinado pelo vereador Toninho Vespoli e a vereadora eleita, Sâmia Bonfim. (informações RBA)