10.12.16

AÉCIO PEDIU PARA MARCELO ODEBRECHT DAR R$ 1 MILHÃO A AGRIPINO MAIA; OS 7 MAIS NA DELAÇÃO DO EXECUTIVO DA ODEBRECHT; PGR escala 100 procuradores para delação

REDAÇÃO -

Confira essa parte da delação de Claudio Melo Filho, da Odebrecht:

"Tenho relação profissional há cerca de 05 anos com o Senador José Agripino, que sempre se referiu a companhia com muita cordialidade, fazendo questão de mencionar a sua relação pessoal com Emílio Odebrecht.

Em uma ou duas oportunidades, durante o ano de 2014, estive reunido com o Senador para tratar sobre a política na Bahia, especialmente em razão da minha amizade com Geddel Vieira Lima e da relação conflituosa que se estabeleceu em decorrência da retomada da candidatura de Paulo Souto, do partido do Senador José Agripino, ao Governo da Bahia.

Além disso, quando a mídia ventilou que, em eventual vitória de Aécio Neves na campanha presidencial de 2014, o Senador José Agripino poderia ser postulante ao cargo de Ministro de Minas e Energia, estive com o parlamentar. O material foi um estudo sobre a problemática da crise energética no Brasil e eu levei este material ao Senador, pedindo a ele que olhasse com carinho, especialmente no que diz respeito aos impactos da energia sobre o Nordeste.

Por ocasião ainda da campanha de 2014, a pedido de Marcelo Odebrecht, comuniquei ao Senador que a companhia iria fazer um pagamento a ele no valor de R$ 1.000.000,00. Destaco que o Senador José Agripino não era candidato a cargo eletivo nas eleições de 2014. Segundo me foi dito por Marcelo Odebrecht, esse valor teria sido solicitado a ele pelo Senador Aécio Neves como uma forma de apoio ao DEM, que era presidido à época pelo Senador José Agripino".

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Os 7 nomes mais mencionados na delação do executivo da Odebrecht

Jucá: 105
Geddel: 67
Renan: 60
Padilha: 45
Temer: 43
Cunha: 37
Moreira Franco: 35

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PGR escala 100 procuradores para delação da Odebrecht

A Procuradoria Geral da República escalou 100 procuradores para ouvir os depoimentos de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht que assinaram acordo de colaboração premiada com a Operação Lava Jato.

Essa é considerada a maior delação premiada já fechada no mundo – sendo que a empresa se comprometeu a pagar em multa e indenização R$6,7 bilhões, desembolsados ao longo de 20 anos.

O acordo ainda é tido com o mais explosivo envolvendo o esquema de corrupção da Petrobras, atingindo em cheio o presidente Michel Temer e seu núcleo duro, além de mais de 10 governadores, 100 deputados e mais de 20 senadores, entre governistas e oposicionistas.

Para a tomada dos depoimentos, os procuradores vão atuar em duplas e as falas ocorrerão em vários Estados. A empresa deve custear a maior parte dos deslocamentos dos delatores, o que deve representar uma economia para os cofres públicos.

Os delatores da Odebrecht começam a ser ouvidos na segunda-feira (12). Ao longo da semana já falarão os principais nomes da empresa, Marcelo Odebrecht e seu pai, Emílio Odebrecht.

Na última semana, a PGR fechou o cronograma de todos os depoimentos. Também foram tomados dois depoimentos pontuais fora da capital federal. A expectativa é de que a fase dos depoimentos possa levar um mês, mas os investigadores correm para acelerar o ritmo. (via Jota)