ALCYR CAVALVANTI -
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As obras da Linha 4 do Metro que liga Ipanema à Barra da Tijuca causaram enorme prejuízo em mais de R$ 2,4 bilhões aos cofres combalidos do Governo do Estado do Rio de Janeiro. O Tribunal de Contas do Estado-TCE verificou que houve superfaturamento na obra em relatório apresentado pelo conselheiro Gomes Graciosa que constatou que algumas obras não foram executadas. A Linha 4 foi uma das obras mais caras executadas em função dos Jogos Olímpicos 2016 com financiamento através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico-BNDES.
Os consórcios Rio Barra, Linha 4 Sul e Construtor Rio Barra são os responsáveis pela obra de grande beleza que foi inaugurada com muita festa e algum atraso, mas que melhorou o acesso à Barra da Tijuca em sua estação final Jardim Oceânico. Liana Barros Cardoso, promotora da 4a Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital investiga a execução das demoradas obras de ligação entre os bairros de Ipanema e Barra da Tijuca. Serão chamados para apresentar esclarecimentos o ex-governador Sergio Cabral, o governador Luiz Fernando Pezão e o deputado Carlos Roberto Osório, na época Secretário de Obras e que foi candidato à Prefeitura da Cidade pelo DEM.
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MODESTO DA SILVEIRA. UM BRASILEIRO
Hitler morreria de inveja ao conhecer tudo que se fazia no Brasil e na Argentina. As lágrimas correm até hoje. (Modesto da Silveira em entrevista ao Globo)
Antônio Modesto da Silveira partiu aos 89 anos, sempre em defesa dos injustiçados. Nasceu em Uberaba, Minas Gerais em 1927, deixou três filhas, Elisabeth, Margareth e Lourdes e quatro netos. Foi um homem pleno, um advogado brilhante sempre defendendo aqueles que foram punidos por expressarem suas ideias, os sequestrados e desaparecidos políticos durante os anos de chumbo.
Conheci Modesto nos anos setenta, quando em companhia de Barbosa Lima Sobrinho indicou um colega para nos defender, no processo movido contra o Jornal O Repórter, um marco na Imprensa Alternativa.
Reencontrei Modesto já nos anos noventa em um Congresso de Anistia em Brasília. A partir daí foram vários encontros que solidificaram nossa amizade, anos depois na Associação Brasileira de Imprensa, na gestão do saudoso Mauricio Azedo. Lembro com saudade da comemoração de seus bem vividos oitenta anos no Salão Nobre da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB. Nesta noite encontrei vários amigos comuns. Foi deputado federal mais votado pelo antigo Movimento Democrático Brasileiro-MDB, um dos defensores da Lei da Anistia, de 1979 e foi um das figuras mais influentes quando da legalização do Partido Comunista Brasileiro-PCB.