REDAÇÃO -
Pivô da maior crise do governo de Michel Temer, que pode culminar inclusive na saída do presidente, o ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, já entregou sua carta de demissão ao presidente nesta sexa-feira 25.
Geddel ficou insustentável no cargo desde que foi acusado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de ter advogado em causa própria e cometido tráfico de influência ao fazer pressões para que Calero agisse pela liberação de uma obra embargada em Salvador.
Calero pode ter gravado conversas com Geddel, o ministro Eliseu Padilha e Temer e acusa o presidente de também tê-lo “enquadrado” em favor de Geddel, em uma reunião no Palácio do Planalto, conforme contou em depoimento à Polícia Federal.
Com sua saída, a intenção de Geddel é tentar estancar a sangria da crise. Ela não será resolvida, porém, uma vez que envolve o próprio Michel Temer no caso. Também citado nas delações das empreiteiras na Lava Jato, Geddel perderá o foro privilegiado.
Confira a íntegra da carta de demissão de Geddel, que teria sido enviada por e-mail a Michel Temer (com informações do Brasil 247):
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PSOL protocola pedido de impeachment de Temer
O PSOL protocolará, na próxima segunda-feira (28/11), na Câmara dos Deputados, pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer por crime de responsabilidade – Lei 1.079/1950, artigo 9º.
A peça terá como base as denúncias do ex-ministro da Cultura, Marcelo Galero, nas quais ele afirma que o presidente da República interveio em favor dos interesses do ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para liberar uma obra em Salvador (BA).
“Agora sim estamos diante de um crime de responsabilidade sem margem para dúvidas”, afirma o líder do PSOL, deputado Ivan Valente (SP).
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Gleisi propõe a Temer que renuncie e convoque eleições diretas
Da presidência da sessão não deliberativa desta sexta-feira (25), a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) propôs ao presidente da República, Michel Temer, que renuncie do cargo e convoque eleições diretas. Para ela, é o único caminho para resolver a crise política e permitir a volta do crescimento da economia.
A senadora classificou como muito grave a denúncia do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, de que teria sido pressionado por Michel Temer para liberação de empreendimento imobiliário em Salvador, de interesse do ministro Geddel Vieira Lima.
— É uma situação muito grave. O que o presidente estava fazendo era tráfico de influência, advocacia administrativa a favor de interesse privado. Disse seu porta-voz que aquilo era mediação de conflito entre ministérios, o que se dá na discussão de políticas públicas, mas não pode se dar em relação a interesses particulares — avaliou.
Para Gleisi Hoffmann, a denúncia feita por Calero agravou a crise política e tornou inviável a votação da PEC do Teto de Gastos (PEC 55/2016), prevista para terça-feira (29). Além de considerar que o governo federal não estaria em condição de pedir a votação da matéria, a senadora reafirmou sua convicção de que a proposta retira direitos e garantias constitucionais.
— A PEC não só vai desvincular recursos da saúde e da educação, mas também vai limitar recursos da Previdência Social. Se a PEC for aprovada, será permitido que brasileiros passem a ganhar menos de um salário mínimo na Previdência, vão desvincular o salário mínimo dos benefícios previdenciários — alertou. (informações Agência Senado)