CARLOS CHAGAS -
A lista do fim do mundo não se limita apenas aos 78 ex-executivos da Odebrecht que traficaram propinas com deputados, senadores e ministros de recentes governos do PT e demais partidos. Os sacripantas da empreiteira responderão pela corrupção que promoveram, ainda que venham a ser beneficiados pelas delações em vias de concretizar-se. Punições bem mais consistentes serão exigidas para os políticos envolvidos na trama, ou seja, para quantos receberam dinheiro sujo da Odebrecht para facilitar as atividades da empresa.
Traduzindo: cada executivo apresentará não apenas um criminoso, mas muitos. Dai a previsão de que perto de 200 políticos serão chamados a defender-se por haver-se enrolado no recebimento de propinas.
Tanto os que detém mandatos eletivos quanto os já postos fora da atividade parlamentar receberão sentenças pelo mau comportamento. Precisarão responder e devolver o que receberam. Os que vierem a ser julgados no Supremo Tribunal Federal por prerrogativa de função e os que foram lançados na vala comum conduzida pelo juiz Sérgio Moro.
A dúvida é calcular o tempo, pois meses passarão até que cada um desses prováveis 200 processos cheguem à sua conclusão. Alguns conseguirão provar inocência, mas a maioria, não.
Como tanta gente parece envolvida, tem-se a impressão de vazamentos ganharem rapidamente os meios de comunicação. Bem feito para todos…
UM TRIO ATACANTE EXCEPCIONAL
Renan, Geddel e Jucá formam um trio atacante digno dos louvores de qualquer locutor esportivo. Pena que pertençam a um clube único, no caso o PMDB. São os nomes mais referidos na bolsa de especulação da Odebrecht. Pode até haver injustiça na escalação, mas é o que transita pelos corredores do Congresso. Bem que o técnico fará tudo para livrá-los, até por ser farta a lista dos convocados. O time poderá ser composto com facilidade. Resta saber o potencial do adversário, com Moro podendo escalar muto mais do que onze craques.