Via FENEPOSPETRO -
A combinação de inexistência de medidas de controle de perigos, e de descumprimentos de Normas Regulamentadoras, faz dos Postos de Combustíveis locais de potencial risco para a saúde dos que nele transitam, e de acidentes de trabalho, aponta o relatório da operação "Ação em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador de Revenda de Combustíveis”, coordenada pela Secretaria de Saúde do Estado de Tocantins/TO, e que resultou na emissão de Termo de Notificação a 55 dos 59 postos visitados. Concluída em agosto de 2016, a Força-Tarefa realizada na cidade de Palmas-TO, durou cinco meses, e ocorreu em parceria com o setor de Vigilância em Saúde do Trabalhador e Ambiental do município, o SINGAREST- Sindicato da categoria Hoteleira, e o Sindicatos dos Trabalhadores em Postos de Combustíveis de Tocantins/TO- SINTRAPOSTO – entidade que representa aproximadamente três mil trabalhadores. A ação teve como principal objetivo ampliar o conhecimento a respeito da situação ambiental e das condições em que se dá o processo de trabalho nas revendas de combustíveis, com foco na exposição ao benzeno, substâncias química presente na gasolina, a que cujo contato direto e /ou constante pode provocar adoecimento, por ser o benzeno um agente destruidor da medula óssea (mielotóxico) regular, podendo provocar leucemia (leucemogênico) e câncer (cancerígeno).
Os números
O relatório enumera mais de dezessete flagrantes de irregularidades, tais como: Documentos de histórico laboral e de controle de riscos ambientais incompletos ou mesmo inexistentes, armazenamento inadequado de resíduos contaminantes (estopas sujas com óleo usado ou combustíveis), bebedouros em situação precária de higiene e com ausência de copos descartáveis; instalações sanitárias com higiene precárias e distante do acesso para os funcionários, bem como com ausência de sabão liquido e papel toalha, ausência de assentos adequados e insuficientes para os trabalhadores da pista de abastecimento, equipamentos de proteção individual danificados, ausência de sinalização de segurança e trafego; trabalhadores com situação vacinal incompleta, dentre outras falhas.
Os desdobramentos
Mais da metade dos estabelecimentos notificados já se manifestaram a respeito das situações sobre as quais foram alertados, segundo presidente do Sintraposto, Andreys César, para quem a ação, além de ter sido um grande aprendizado, é um modelo a ser replicado pela categoria de todo o Brasil. De acordo com o relatório, a partir de análise desse mapeamento serão desenvolvidas ações, inclusive intersetoriais, objetivando corrigir os problemas eventualmente encontrados. O documento ressalta também que as informações coletadas já estão sendo inseridas no Epi info – programa de domínio público utilizado para pesquisas epidemiológicas.