2.8.16

SEM REELEIÇÃO

CARLOS CHAGAS -


Perdeu Michel Temer excelente oportunidade de ficar calado ou de ajudar o Michelzinho a fazer seus deveres de casa. Não tinha nada que mandar distribuir nota oficial negando a possibilidade de recandidatar-se à presidência da República. A hipótese foi aventada fora de hora pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Para agradar ou falta do que fazer, mas extemporânea. A pouco mais de dois anos da eleição, ignora-se o sucesso ou o fracasso do governo por enquanto interino. Mesmo tornando-se evidente sua transformação em definitivo, tempo haverá para inscrever-se na galeria dos bons, regulares ou péssimos.

Começa que cresce no Congresso a tendência para acabar com a reeleição. A experiência de Fernando Henrique, Lula e Dilma não deixa ninguém mentir. O país seria outro sem as três repetições. Provavelmente melhor. Junte-se o número de possíveis candidatos a candidato. Nenhum deles concorda com Rodrigo Maia.

Em matéria de reformas políticas, além da proibição de serem reeleitos presidentes da República, governadores e prefeitos, o corolário parece óbvio: seus mandatos seriam estendidos para cinco ou seis anos. Haveria a descoincidência de eleições, ainda que se cogite da prorrogação de deputados para cinco anos. Quanto aos senadores, dez anos é demais, mas cinco, de menos.

Viável, mesmo, parece a cláusula de barreira para diminuir a proliferação de partidos políticos, ainda que os pequenos já se articulem para tentar sobreviver. Misturar sucessão presidencial com diminuição de partidos não dará certo. Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra não cabem no PSDB. Dois pularão fora, em busca de legendas alternativas. Henrique Meirelles, se perder o PMDB, poderá abrir uma temporada de caça.

Em suma, se não há confusão, é quase isso. Michel Temer que cuide dos próximos dois anos.